Ficha Técnica
Letra
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Música
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Título: A Deus, o Pai
e Benfeitor (Adoração) |
Nome da melodia: OLD
HUNDREDTH |
Autor:
Thomas Ken
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Compositor:
Louis Bourgeois
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Data
da autoria: 1673
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Data
da composição: 1551
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Tradutor: Alice
Ostergre Denyszczuck |
Tonalidade:
Sol maior
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Estas
quatro linhas de Thomas Ken talvez sejam mais conhecidas do que
quaisquer outras de qualquer hino. É verdadeiramente a doxologia dos
evangélicos. Seu texto fez parte do Manual of Prayers for the Use of the
Scholars of Winchester College, escola pela qual Ken foi responsável por
algum tempo. Para o bem espiritual de cada menino de sua escola, Ken colocou
três hinos (matutino, vespertino e noturno) na cabeceira da cama de cada um
deles, com a advertência. "È bom em toda hora louvar ao Senhor". Cada
um dos três hinos terminou com esta doxologia. Embora escritos antes, Ken os
publicou no manual em 1965. Revisou-os em 1709, colocando-os na forma usada
hoje.
Doxologias,
ou expressões de louvor a Deus, existem desde os Aleluias, que querem
dizer "Louvai a Jeovah (Senhor)", do Antigo Testamento. No Novo
Testamento, doxologias são achadas em trechos como Romanos 16:27, Efésios 3:21,
Judas 25 e Apocalipse 5:13. Na prática da igreja Primitiva, usou-se o Glória
in Excelsis (Glória a Deus nas Alturas) do trecho Lucas 2:14. Com o
surgimento da heresia ariana que negava a divindade de Cristo, as congregações
adicionaram a prática de louvor especificamente ao trino Deus: Deus Pai, Deus
filho, e Deus Espírito Santo, numa doxologia chamada Glória Patri, Não é
de se surpreender que esta doxologia de Ken se tornasse um hino em si, uma
doxologia moderna.
Thomas
Ken (1637-1711),um
homem de princípios firmes, que causaram sua prisão e poderiam ter-lhe custado
a vida, Nasceu em Berkhampstead, no condado de Hertford, na Inglaterra. Ficando
órfão na infância, foi criado por sua meia-irmã Ann e seu marido, o famoso
autor Isaac Walton. Educado na Faculdade Winchester, Hart Hall e na
Universidade Oxford, foi ordenado em 1662. Pastoreou diversas igrejas até 1666,
quando voltou a Winchester, servindo de diversas maneiras através dos anos.
Possuía uma bela voz e acompanhava seus hinos com a viola ou a espineta
(pequeno piano).
Nos
anos seguintes Ken capelão da Princesa Maria, em Haia, e mais tarde na corte de
James II, que o considerou o mais eloqüente dentre os pregadores protestantes.
O rei Charles II disse dele: "Vou a Ken para ouvir deles as minhas
falhas". De fato, em nenhuma circunstância Ken comprometeu os seus
princípios, mesmo que isto lhe custasse sua posição ou sua prisão. "A
santidade do seu caráter, sua combinação de ousadia, gentileza, modéstia e amor
têm sido universalmente reconhecidos." Ken aposentou-se do bispado em
1691. Suas caridades deixaram-no com insuficiente sustento, mas,dali em diante,
até sua morte, foi acolhido por seu amigo, Lord Weymouth. Suas obras poéticas
foram publicadas em quatro volumes em 1721.
A
melodia OLD HUNDREDTH foi composta ou adaptada por Louis Bourgeois para a
edição do Saltério Genebrino em 1551, e usada com o Salmo 134. William
Kethe transferiu a melodia para o Salmo 100 (HUNDREDTH) para o Anglo-Genevan
Psalter (um saltério Genebrino traduzido para o Inglês) em 1561, e é com este
salmo que tem sido cantado por 400 anos. A palavra "old" refere-se à
Versão Antiga dos Salmos de Sternhold e Hopkins de 1562, que "por mais de
duzentos anos (...) manteve lugar de proeminência nos corações do povo comum da
Inglaterra". Para o uso como doxologia como é cantada hoje, foi deita uma
alteração do ritmo para a forma binária, e o valor do tempo de cada sílaba é
igual, com uma fermata no fim de cada linha. Embora isto não embeleze a
melodia, simplifica a sua execução.
O
compositor Louis Bourgeois, nascido
em 1510 em Paris, França, tornou-se discípulo de João Calvino e mudou-se para
Genebra em 1541. Foi nomeado cantor (solista e dirigente do canto
congregacional) na Igreja São Pedro e regente do coro, em 1545. Calvino lhe deu
a responsabilidade de preparar melodias para os Salmos metrificados para um
saltério já em preparo. Um saltério parcial foi publicado em 1542. Bourgeois
usou, como ponto de partida, o Saltério de Strasburgo, de Calvino. Alterou
algumas melodias, trocou outras e compôs novas também.
De
1542 a 1557, Bourgeois serviu como redator musical para as edições sucessivas
do Saltério Genebrino. Não se sabe exatamente com quantas melodias originais
ele contribuiu para estas edições, mas a importância e a qualidade da sua obra
é demonstrada pelo fato dele ter sido responsável pela forma final de 85 das
105 melodias e 110 métricas no saltério complete de 1562.
Bourgeois
foi preso em Genebra em 1551, acusado de fazer alterações não autorizadas em
algumas melodias bem conhecidas. Calvino conseguiu libertá-lo em vinte quatro
horas, e as suas alterações foram mais tarde sancionadas! Desta data em diante
Bourgeois teve dificuldades com as autoridades de Genebra que estavam em
oposição às mudanças que ele propôs e à introdução de harmonia a quatro vozes
que ele preferia. Voltou para Paris em 1557, publicou uma coleção de salmos
harmonizados em 1561 e ali desapareceu da história. Suas melodias, com o uso
freqüente do padrão de quatro notas em linha descendente implicam numa saída
dos modos eclesiásticos para as escalas maiores e menores, mudança radical e
duradoura para a salmódia e, em conseqüência, para a hinódia.
A
inigualável missionária pioneira Sarah Poulton Kalley traduziu este hino em
1861, seis anos depois de sua chegada ao Brasil, publicando-o na primeira
edição de Psalmos e Hymnos (letra somente).
Bibliografia:
Keith,Edmond D.Hinódia Cristã. 2ª ed. Revista e Atualizada, Trad.
BennieMay Oliver, Rio de Janeiro, JUERP,1987.p.65
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Hinário