Hugh Middleton Brock, o avô desta autora, estava muito doente na sua cama de onde todos sabiam que não se levantaria. Sua querida esposa Clara e alguns dos seus filhos estavam a seu lado. ”Meu neto, Charlie, já chegou?” Perguntava ele. ”Ainda não”, vinha à resposta.
O
Sargento Charles Swigert voltava da Segunda Guerra Mundial, onde servia na
Europa, “Preciso vê-lo!” Repetia Brock. Finalmente, depois de viajar dia e
noite de um lado do país para o outro, Charlie chegou. “Aqui estou, vovô” disse
ele. Com grande alívio, Hugh pôde ver que ele estava são, bem de saúde, com a
ferida, que recebera na guerra, já sarada.
Os
outros não ouviram tudo que se passou entre aqueles dois que se amavam muito,
mas uma coisa Clara ouviu distintamente: “Charlie, para o céu pela cruz irei;
nenhum outro vou achar!” Antes de um novo dia amanhecer, Hugh Brock já tinha
partido para estar com Jesus.
Jessie
Brown Pounds
escreveu esta letra em 1906. De acordo com Charles H. Gabriel, no seu livro Singers
and Their Songs (Cantores e Seus Cânticos), ela quis “dar ênfase a uma
verdade que é constantemente presente nos ensinos de Cristo, que o cristão
heróico não segue a linha de menos resistência”. O hino é geralmente cantado
lembrando que o único caminho para o céu é pela cruz de Cristo, o que está
certo. Mas é preciso perceber que a autora também enfatizou a cruz que Cristo
nos manda levar. A terceira estrofe diz:
Os
caminhos maus deste mundo deixei;
Jamais neles vou seguir,
Sigo, pois Jesus, com a minha cruz,
No caminho que ao céu conduz
Jamais neles vou seguir,
Sigo, pois Jesus, com a minha cruz,
No caminho que ao céu conduz
A
autora Jessie Brown Pounds (1861-1921), nascida em Hiram, Estado de
Ohio, EUA, nunca foi muito forte fisicamente e recebeu sua educação em casa.
Aos 15 anos começou a contribuir regularmente para periódicos religiosos e por
mais de 30 anos escreveu poesia sacra para a publicadora de James H. Fillmore.
Publicou ao todo, nove livros, 50 textos para cantatas e operetas, e mais de
400 hinos.
Jessie
H. Brown casou-se com o Pastor John E. Pounds, pastor da igreja Cristã Central
em Indianápolis, Estado de Indiana em 1896. Mais tarde, ele tornou-se pastor
universitário em Hiram, a cidade natal de Jessie.
"Para
o Céu por Jesus Irei" foi traduzido para o português pelo missionário
William Edwin Entzminger que, depois de Salomão Ginsburg, fez a maior
contribuição como hinista e publicador.
Charles
H. Gabriel compôs esta melodia para a letra de Jessie Pounds e publicou o hino
na coletânea Living Praises N° 2 (Louvores Vivos) em 1906, compilado por
Gabriel em parceria com W. W. Dowling.
Charles
Hutchison Gabriel
nasceu no Estado de Iowa, EUA, no dia 15 de setembro de 1856. Passou seus
primeiros 17 anos de vida na fazenda. Desde menino, Charles mostrou grande
interesse na música. Quando sua família comprou um harmônio pequeno, ele
aprendeu a tocar com muita rapidez. Aos 16 anos, Gabriel já estava ensinando em
algumas escolas de canto nas igrejas. Sua fama de professor e compositor se
alastrou. De 1890 a 1892, foi diretor de música da Igreja Metodista da Graça,
na cidade de São Francisco, Califórnia. Depois desta época, estabeleceu-se em
Chicago, Illinois, centro de publicadores evangélicos.
De
1895 a 1912, Charles Gabriel publicou diversos hinários. Em 1912, se associou
com a firma publicadora de Homer Rodeheaver, famoso cantor-evangelista, e ali
ficou até a sua morte em 15 de setembro de 1932.
Gabriel
teve parte importante entre os colaboradores da hinódia, especialmente, os gospel
hymns. Contribuiu com um extraordinário número de produções. Editou 35
hinários de gospel hymns, oito hinários para Escolas Bíblicas, sete
coleções para coro feminino, 10 hinários para crianças, 19 coleções de música
corais e 23 cantatas. Era igualmente talentoso, tanto na música quanto na
poesia. Freqüentemente, escrevia os textos dos seus hinos, assinando a maior
parte como Charlotte G. Homer (anagrama do seu nome).
Os
hinos de Gabriel eram simples, e tinham “aquele velho balanço dos hinos
metodistas”. Autodidata, foi, nas palavras de Jacob Hall, um hinista
contemporâneo, ”pouco inibido pelas regras puramente escolásticas de forma,
sendo livre para produzir muitos efeitos e contrastes que outros compositores
facilmente perdem”.
Gabriel
nos soube dar hinos que ainda hoje são muitos apreciados. Quase 100 anos depôs
de serem escritos, o H.A. ainda inclui “Precioso é Jesus para Mim” (93), além
dos hinos 184, 233, 276, 308, 309, 311, 315, 316, 371, 409, 428, 465 e 514.
Fonte:
Brock, Clara Earle. , Conversação com a autora em cerca de 1946.
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Hinário