Letra: Elvina Mabel Hall (1820-1889)
Música: John Thomas Grape (1835-1915)
Ira
David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the
Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):
"Nossa
igreja estava passando por uma reforma", 'escreve o Sr. Grape', e o órgão
foi confiado ao meu cuidado. Tive tanto prazer como nunca antes; deliciei-me
tocando os cânticos da nossa Escola Dominical.
Resolvi
dar forma tangível a um tema que tinha em mente há algum tempo: escrever, se
possível, uma resposta à bela peça do Sr. Bradbury: 'Jesus Tudo Pagou'. Fiz
disto uma questão de estudo e oração e dei a público a música agora conhecida
como a melodia do cântico 'De Jesus a Doce Voz'. Foi considerada muito pobre
por meu coro e amigos, mas, minha querida esposa declarou persistentemente que
era uma boa peça musical e que viveria. O tempo provou que o seu julgamento era
correto.
Pouco
mais tarde o Rev. Sr. Schrick pediu-me que providenciasse qualquer coisa nova
em música, e eu tinha o que lhe oferecer. Ao ouvir a peça ele expressou seu
apreço por ela, e disse que a Srª. Elvina M. Hall havia escrito algumas
palavras, as quais ele cria que iriam se adaptar bem à música. Dei-lhe uma
cópia dela, e em breve foi cantada em várias igrejas e bem conhecida.
Devido
à sugestão de amigos, mandei uma cópia ao prof. Theodore Perkins, e esta foi
publicada em 'Sabbath Chords'. Sob a providência de Deus ela tem
sobrevivido. Creio que não tem falhado em trazer algo de bom para os homens, e
para a glória de Deus."
Na
noite de ano novo de 1886, alguns missionários estavam realizando reuniões ao
ar livre a fim de interessar os que por ali passavam para irem à missão que
ficava próxima, onde seriam realizadas conferências mais tarde. "De Jesus
a Doce Voz" foi cantado, e depois de um cavalheiro fazer um pequeno
sermão, dirigiu-se apressadamente para a missão. Ouviu logo ruídos de passos
atrás de si, uma jovem o alcançou e disse:
-"Eu
o ouvi falando na reunião ao ar livre há pouco; o senhor crê que Jesus poderia
salvar uma pecadora como eu?"
O
cavalheiro respondeu que não havia dúvidas a respeito disto, se ela tivesse
desejo de ser salva. Ela lhe disse que era uma criada e que havia abandonado o
emprego naquela manhã depois de uma discussão com sua patroa. Ao estar
vagueando pelas ruas no escuro, imaginando onde passaria a noite, a doce
melodia do cântico a havia atraído, e ela aproximara e ouvira atentamente.
Ao
serem cantadas as diferentes estrofes sentiu que as palavras tinham algo a ver
com ela. Através do serviço todo sentiu que ouvia exatamente aquilo que sua
alma oprimida necessitava. O Espírito de Deus lhe havia mostrado quão pobre e
miserável criatura era, e a levou a perguntar o que deveria fazer.
Ao
ouvir sua experiência, o cavalheiro a levou para a missão e a entregou às
senhoras encarregadas. A jovem e desgarrada ovelha foi trazida a Cristo naquela
noite. Foi providenciado lugar para ela na família de um ministro.
Lá,
ficou doente e teve que ser levada a um hospital. Rapidamente piorou e
tornou-se evidente que não viveria mais por muito tempo. Certo dia, o
cavalheiro que ela havia encontrado na noite de Ano Novo foi visitá-la no
hospital. Após ler alguns versos escolhidos da Bíblia ele repetiu o seu cântico
preferido: "De Jesus a Doce Voz". Ao chegar à quarta estrofe (Não
encontrada no "Hinário Adventista):
"Quando
do meu leito de morte
Minha alma liberta se levantar,
Então, havendo 'Jesus tudo pago',
Romperá as arcadas dos céus".
Minha alma liberta se levantar,
Então, havendo 'Jesus tudo pago',
Romperá as arcadas dos céus".
Ela
parecia desfalecer ante o pensamento da glória vindoura, repetia o coro, para
ela tão precioso:
"Meu
pecado, sim,
Já na cruz pagou,
E por graça sem igual,
Jesus me resgatou."
Já na cruz pagou,
E por graça sem igual,
Jesus me resgatou."
Duas
horas depois, falecia.
Fonte:
Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista
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Hinário