Franz Joseph Haydn (1732-1809

Letra: John Newton (1725-1807)
Música: Franz Joseph Haydn (1732-1809)

Este é considerado por muitos o maior cântico de John Newton. É baseado no Salmo 87:3 – "Coisas Gloriosas se dizem de Ti, ó cidade de Deus." Foi publicado pela primeira vez no "Olney Hymns" em 1779. Havia inicialmente cinco estrofes. (O hinário "Hinário Adventista" usa apenas três e de forma alterada).
Newton era ex-marinheiro, aventureiro, ex-comerciante de escravos, consagrado ministro, poeta, amigo e companheiro de William Cowper, com quem produziu "Olney Hymns". Dos trezentos e quarenta e oito cânticos desta seleção, Cowper escreveu sessenta e oito, e Newton duzentos e oitenta.
Em "The Gospel in Hymns" (O Evangelho em Hinos), A. E. Bailey diz de Newton:
"Seu interesse por pessoas comuns, sua ansiedade em pregar o evangelho, sua genuína bondade e talvez por saberem ter tido ele um passado sombrio, atraíam os jovens e velhos. Era de efeito especial a história de sua juventude e conversão, que ele contava repetidas vezes. Como não encontrasse exatamente os cânticos que desejava, nem mesmo em Watts, para expressar a religião simples e de coração, que ele ensinava, começou a escrever alguns, e o melhor de tudo, é que iniciou seu vizinho Wlliam Cowper na mesma tarefa. O resultado foi o famoso "Olney Hymns", publicado no ano seguinte como um livro de instrução na fé evangélica, para cantar, ler e memorizar." Pág. 126. (Com permissão de Charles Scribner's Sons).
Na sua velhice Newton disse: "Minha memória esta muito falha, mas, lembro-me de duas coisas: "que eu sou um grande pecador e que Cristo é um grande Salvador."
A melodia "Áustria", escrita por Franz Joseph Haydn é uma melodia poderosa e de grande efeito. É baseada numa canção folclórica croata e foi usada como cântico nacional na Áustria. Haydn a apreciava muito, usando-a em uma série de variações para quarteto de cordas. Pouco antes de morrer ele a tocou muitas vezes ao piano em sua última execução musical.
A melodia deveria ser cantada de forma moderadamente lenta, com grande dignidade e com voz cheia.
Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista


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William Orcutt Cushing (1823-1902)

Letra: William Orcutt Cushing (1823-1902)
Música: Willieam Fisk Sherwin (1826-1888)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):
"Um dia em 1875 eu estava procurando receber uma benção" diz o autor destas palavras, "quando, repentinamente, recebi uma visão do País Celestial. Parecia-me que um rio, correntoso, rolava lá em baixo. Do outro lado do rio, avistei uma terra encantadora; seus vales e colinas tinham uma calma celestial. Não tenho palavras para descrever sua beleza; parecia-me estar lá. Ao contemplar este cenário vieram aos meus lábios as palavras: "Vale do Éden, Formoso". A visão permaneceu até que terminei de escrever o cântico; e, gradativamente, foi se dissipando. Desejo dizer que a beleza do cântico está na rica melodia escrita pelo Sr. Sherwin que o fez atingir mais profundamente os sentimentos do que quaisquer palavras o poderiam haver feito."
Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista


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Joseph Philbrick Webster (1819-1875)

Letra: Sanford Filmore Bennett (1836-1898)
Música: Joseph Philbrick Webster (1819-1875)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):
O Sr. Bennett, autor deste cântico famoso no mundo inteiro, diz o seguinte a respeito de sua origem:
"Em 1861 fui residir na cidadezinha de Elkhorn, Wisconsin, terra do compositor J. P. Webster; dentro em pouco me associei a ele na produção de músicas impressas em folhas soltas, e outros trabalhos musicais.
No verão ou outono do ano de 1867 iniciamos o trabalho do "The Signet Ring". Um dos cânticos escritos para aquele livro foi 'Lar Feliz'. O Sr. Webster, como muitos outros músicos, tinha uma natureza excessivamente sensível e nervosa, e era sujeito a períodos de depressão, durante os quais, encarava a vida no seu lado escuro.
Eu estava tão acostumado com suas peculiaridades que ao encontrá-lo, ao primeiro olhar poderia dizer se ele estava numa de suas fases de melancolia; descobri que poderia animá-lo e fazê-lo sair dessas fases dando-lhe uma nova melodia ou cântico com que se ocupar. Numa ocasião, ele veio ao meu local de trabalho, andou até a lareira, e virou-me as costas, sem falar. Eu estava escrevendo e lhe disse: -"Webster, que é que há?”.
-"Nada, respondeu ele, "tudo vai melhorar aos poucos" (by and by). A idéia veio-me à mente como um raio, e eu respondi:
-"Doce aos poucos! Será que isto não daria um bom cântico?" (O título do cântico em inglês é 'Sweet By-and-by', que traduzido literalmente seria 'Doce aos Poucos', ou Suave aos Poucos').
-"Talvez desse", retorquiu com indiferença.
Rapidamente escrevi as três estrofes e o coro. Neste meio tempo, dois amigos, o Sr. N. H. Carswell e o Sr. S. E. Bright, entraram. Entreguei o cântico ao Sr. Webster. Ao lê-lo, seus olhos brilharam, e modificou-se sua atitude. Dirigindo-se a uma escrivaninha, começou a escrever notas rapidamente. Depois pediu ao Sr. Bright que lhe alcançasse seu violino, e então tocou a melodia. Em poucos momentos mais havia escritos as notas para quatro vozes.
Creio que não se passaram mais do que trinta minutos desde a hora que tomei minha pena para escrever as palavras, até a hora em que os dois cavalheiros, o Sr. Webster e eu estávamos entoando o cântico, como apareceu em 'The Signet Ring'. Enquanto cantávamos, o Sr. R. R. Crosby entrou. Após ouvir por um pouco de tempo, disse com lágrimas nos olhos: -'Este cântico será imortal'. Creio que foi logo usado em público, pois, em duas semanas, crianças já o cantavam nas ruas."
No ano seguinte os editores de 'The Signet Ring' distribuíram um grande número de circulares, anunciando o novo hinário, nas quais havia seleções dos cânticos, entre elas, 'Lar Feliz'. Estas circulares tornaram este cântico logo apreciado pelo público, estimulando a aquisição do hinário. Perto do fim do ano o cântico foi publicado em folhas soltas. Agora pode ser encontrado em várias compilações de músicas, na América, e diz um jornal: 'foi traduzido para inúmeras línguas estrangeiras, e é cantado em toda a parte debaixo do sol'.
Webster, Crosby e Carswell já morreram. S. E. Bright, de Fort Atkinson, Wisconsin e eu somos as únicas testemunhas vivas do aparecimento de 'Lar Feliz'."
Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista


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Cada estrofe deste hino é baseada numa distinta passagem das Escrituras, que se refere a uma testemunha viva - crentes que compreendem e demonstram a presença de Deus.
Estrofe 1 - Habacuque 2:20 pede que toda a terra guarde silêncio, e proporciona o tema para sua adoração - a transcendência única de Deus.
Estrofe 2 - Apocalipse 4:8 retrata as multidões nos céus que se unem aos salvos na terra, adorando a Deus dizendo: "Santo, Santo, Santo!"
Estrofe 3 - Salmos 36:8-10 sugere a encarnação de Deus no crente que adora a Deus através da sua vida santa.
Gerhard Tersteegen é considerado um dos maiores hinistas e líderes espirituais da Igreja Reformada Alemã. Ele mesmo era uma “testemunha viva". Deixando sua vocação lucrativa, escolheu uma vida de sacrifício. Depois de um tempo como eremita começou a viajar e pregar, dando de si mesmo a um grupo crescente de seguidores, vivendo uma vida exemplar de serviço.
A trajetória da sua vida se assemelha a este hino: o silêncio - sua retirada da vida; a adoração da igreja - seus muitos amigos e sua pregação em muitos lugares; a vida pessoal – [sua vida santa] e seu extenso serviço.
O autor, Gerhard Tersteegen (1697 - 1769), nasceu em 25 de novembro de 1697, em Mörs, em Reino - Vestfália, da Prússia (Alemanha). Quando seus planos de preparo para o pastorado na Igreja Reformada foram frustrados por causa da morte prematura de seu pai, Tersteegen aprendeu a arte de tecelagem. O negócio ia bem, mas ele passou cinco anos em depressão, no fim do qual sua fé na graça reconciliadora de Cristo tornou-se segura. Em 1724, Gerahard fez uma nova promessa a Deus, selando-a com seu próprio sangue.
Abandonou, então, seus negócios e entrou num ministério singular de aconselhamento espiritual, de encorajamento e avivamento. O seu lar, chamado A Casinha do Peregrino, se abria a todos. Dizem que trabalhava dez horas por dia no seu tear, orava por duas horas e passava duas horas escrevendo e discutindo assuntos espirituais com outros. Preparava comida e remédios simples para os pobres.
Tersteegen, escreveu 111 hinos, caracterizados pela clareza no ensino de verdades cristãs, renúncia de si e do mundo a um esforço diário de viver como aquele que está na presença de Deus.
Também traduziu ou parafraseou muitos clássicos do francês e latim. Sua obra hinológica é Geistliches Blumegärtlein (Um Pequeno Jardim de Flores Espirituais), editada pela primeira vez em 1729, com muitas edições subseqüentes. Faleceu no lar em Mühlhein, na Prússia.
Tersteegen publicou este hino, Got ist gegen wartig (Deus Está Presente) no seu hinário Geistliches Blumengärtlein (Um Pequeno Jardim de Flores Espirituais), em 1729. Alguns acham que é possivelmente uma paráfrase duma obra do escritor francês pietista Labadie.
A melodia ARNSBERG, também chamada WUNDERBARER KÖNIG (Maravilhoso Rei), foi composta pelo consagrado hinista Joachim Neander, publicada no seu hinário Bundes Lieder (Hinos Cívicos) em 1680. Seu nome alemão refere-se ao hino para o qual Neander a compôs, Wunderbarer König, Herrscher von uns allen (Maravilhoso Rei, Senhor de Todos Nós). Entretanto, é com a letra de Tersteegen que sua melodia hoje é usada ao redor do mundo.
Joachim Neander nasceu em Bremem, Alemanha, em 1650, primeiro filho do diretor do Pädogogium (Escola Primária) daquela cidade, e descendente de uma longa linha de pastores de destaque. Recebeu uma educação privilegiada. Entretanto, como aluno, influenciado pelos seus colegas, vivia uma vida de devassidão. Aos vinte anos, foi com dois amigos a um culto numa igreja com a idéia de criticar e achar graça. Mas o fervor do pastor, o Rev. Theodore Under-Eyck, tocou-lhe o coração e conversas subseqüentes com ele mudaram a sua vida.
Um dia, Neander foi caçar nas florestas dos morros perto da sua casa. Caiu a noite, e no escuro perdeu o caminho. Foi ali que Deus alcançou a vida desse jovem. Caindo de joelhos, orou, dando a sua vida ao Salvador. Ao se levantar, descobriu que havia parado na beira de um precipício, e que mais um passo teria causado sua morte. Logo depois, como que guiado por Deus, Neander descobriu uma vereda bem conhecida, e chegou a casa salvo, e transformado.
Depois de servir como tutor em Frankfut e Heidelberg, Neander foi ensinar numa escola da igreja Reformada Alemã em Dusseldorf, e, embora não ordenado, assistia na pregação e no trabalho pastoral da igreja ligada à escola. Foi nesse tempo que Neander começou a sua associação com pietistas [*], tornando-se amigo do seu líder, Jacob Spencer. Começou a seguir algumas das suas práticas. Com isso, foi demitido da escola e da igreja e foi morar numa caverna na linda região de Neanderthal, perto de Mettman, nas margens do Reno. Foi ali que escreveu a maior parte dos seus sessenta hinos (letra e música). A caverna ainda hoje é chamada A Caverna Neander.
Em julho de 1679, Neander, aceito novamente na Igreja Reformada, tornou-se assistente do Pastor Under-Eyck, na mesma igreja onde ele tinha ido zombar nove anos antes. Certamente teria tido um rico ministério nos anos a seguir mas, a tuberculose o ceifou em 1680. Seus hinos foram publicados no mesmo ano numa coletânea chamada A und Joachini Neandri - Glaub und Liebesübung (Joachim Neander - Ensaios de Fé e Amor). Naquele período curto de dez anos, Neander tornou-se o mais notável hinista da Igreja Reformada Alemã. É chamado “o Paul Gerhardt dos calvinistas". Nos seus hinos acham-se as expressões e crenças da Igreja Reformada e dos Pietistas, mas, o brilho e a doçura dos seus melhores hinos, sua fé firme, originalidade, biblicidade, variedade e mestria de formas rítmicas, e genuíno caráter lírico dá a eles o direito ao lugar alto [na hinódia] que ocupam.
A tradução do alemão para o português foi habilmente feita pelo Pastor João Soares Fonseca.
[*] Nota - O pietismo foi o rompimento com as tendências escolásticas [ou ortodoxa morta], uma afirmação da primazia do sentimento, na experiência cristã, uma reivindicação por parte dos leigos da participação ativa na edificação da vida cristã e um esforço de estrita atitude ascética com referência ao mundo
Bibliografia: Julian, John, ed. A Dictionary of Hymnology, Vol. 1 Dover Edition New York, Dover Publication, inc., 1957, p. 791.


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Desde os primórdios da era cristã, os crentes, nos seus cultos, cantavam os salmos, ensinados pelos judeus convertidos. Além destes, adicionaram os hinos, outros trechos do Antigo Testamento, como o Gloria in Excelsis, o cântico dos anjos (Lucas 2:10-14), o Magnificat, cantado por Maria (Lucas 1:46-55), o Benedictus, cântico de Zacarias (Lucas 1:67-79), e o Nunc Dimittis, cântico de Simeão (Lucas 2:28-32). No Ter Sanctus (três vezes santo), de Isaías 6:3 e Apocalipse 4:8, os Serafins dirigiam-se a seu Deus e cantavam “Santo, santo, santo”. Ao longo dos anos, o canto desta, e de outras escrituras, que antes era espontâneo, aos poucos se tornou parte do ritual do culto. No período medieval, a igreja católica incluiu o Sanctus como parte invariável da missa que se definiu nesta época. Ao mesmo tempo, os crentes continuavam a cantar este versículo em hinos escritos em épocas sucessivas.
Hoje, felizmente, há nas igrejas evangélicas um movimento mundial de ênfase na adoração. Para levar a igreja a adorar a Deus em uma só voz, uma ótima maneira de iniciar um culto é usar uma “chamada ao culto”; um curto trecho bíblico recitado em uníssono ou um curto cântico de adoração. Este cântico, que declara a santidade de Deus, é uma escolha excelente para esta parte do culto.
Ao procurar responsos e doxologias para os cultos das igrejas, achou-se Holy Is The Lord (Santo És, Senhor) de letra tradicional e a música do ilustre compositor vienense Franz Shubert. Faz parte de diversos hinários modernos.
Franz Shubert compôs Deutshe Messe (Missa Alemã), da qual esta melodia foi extraída, em 1816. A letra original fez parte do antigo Sanctus (com texto em Isaías), seção que segue o prefácio da obra. Apropriadamente, a melodia é chamada HEILIG, HEILIG, HEILIG (Santo, Santo, Santo).
Franz Peter Shubert, um dos maiores gênios da música erudita da sua época, nasceu em 31 de janeiro de 1797, num subúrbio de Viena. Conseguiu seus primeiros conhecimentos musicais com seu pai (um hábil violoncelista amador) e seu irmão. Franz começou a tocar violino aos oito anos. Entrou, aos dez, no coro da corte de Viena e na escola Konvict, que treinava estes cantores. Seus professores (que incluíam o ilustre Salieri) descobriram nele um gênio musical. Tocou na orquestra da corte, chegando à posição de primeiro violino. Sua primeira canção, ainda existente, foi escrita em 1811 aos quatorze anos; sua primeira sinfonia, em 1813. Para se sustentar, Shubert completou seu preparo para o ensino público, juntando-se ao seu pai na mesma escola. Continuou a estudar a composição, e tornou-se “o expoente supremo do lied (canção alemã), obtendo a maestria de expressão vocal”. De fato hoje Shubert é “considerado o criador do lied alemão moderno”.
Há amplas fontes sobre a vida e obra deste cordial gênio que, como Mozart, produziu (além de 500 canções) um fantástico acervo de música em todas as formas na sua vida curta de 31 anos (sua obra completa abrange quarenta volumes!). Faleceu em 1828, de febre tifóide, pobre e pouco conhecido além do seu circulo de ilustres músicos e escritores. Hoje, sua obra é considerada à altura de Beethoven. A seu próprio pedido, foi sepultado perto deste gênio alemão. (Brahms, outro gênio do século, foi sepultado pertinho).
Bibliografia: Slonimsky, Nicolas, ed. , Baker’s Biografical Dictionary of Musicians, Sixth Edition, New York, Schirmer Books, 1978, p. 1549.


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Este cântico, que expressa a certeza da presença do Senhor no meio daqueles que o adoram, foi escrito, letra e música, por Lanny Wolfe em 1977. Traduzido por Wanderley Neves e Joan Larie Sutton, foi publicado pela JUERP na revista Louvor (Vol. 4, out/nov/dez/ de 1981). Desde então tem sido muito usado em todo o Brasil, onde se reúnem aqueles que amam ao Senhor.
Lanny Lavon Wolfe é educador, ministro de música, e um dos mais destacados compositores americanos da música gospel. Lanny nasceu em 2 de fevereiro de 1942, em Columbus, Estado de Ohio, EUA. Hoje é Deão da Escola de Música da Faculdade Jackson de Ministérios, em Jackson, Estado de Mississipi, e Ministro de Música da primeira igreja pentecostal daquela cidade. O grupo coral e orquestral Lanny Wolfe Singers, regido por Wolfe, viaja dentro de costa a costa dos Estados unidos, dando concertos em igrejas e auditórios.
Lanny Wolfe já publicou mais de 300 hinos e cânticos, e sete musicais muito apreciados. Seus hinos ganharam inúmeros prêmios e foram cantados e gravados por cantores e evangélicos nacionalmente famosos com Sandi Ptti, Andraé Crouch, Bill Gaither e outros. Apontado, por oito anos consecutivos, pela Gospel Music Association (Associação de Música Gospel) como melhor compositor gospel, Lanny também foi eleito para a junta daquela prestigiosa organização, por dois anos. Em 1984, recebeu o Prêmio Dove como hinistas ao ano, e seu hino More Than Wonderful (Mais que maravilhoso) foi escolhido como hino do ano. Gravou alguns álbuns de trios, os quais estiveram entre os primeiros cinco álbuns inspirativos do ano.
Lanny Wolfe casou - se com Maritta Wolfe e o casal tem filhas, Lanna Marie e Lanita.
O nome da melodia deste hino de Lanny Wolfe é SURELY THE PRESENCE (Certamente a Presença), vindo das primeiras três palavras do texto e do título do hino no original.
Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão - Notas históricas - Edith Brock Mulholland (compiladora) - Rio de janeiro JUERP, 2001


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Thomas Ken

Ficha Técnica
Letra
Música
Título: A Deus, o Pai e Benfeitor (Adoração)
Nome da melodia: OLD HUNDREDTH
Autor: Thomas Ken
Compositor: Louis Bourgeois
Data da autoria: 1673
Data da composição: 1551
Tradutor: Alice Ostergre Denyszczuck
Tonalidade: Sol maior
Estas quatro linhas de Thomas Ken talvez sejam mais conhecidas do que quaisquer outras de qualquer hino. É verdadeiramente a doxologia dos evangélicos. Seu texto fez parte do Manual of Prayers for the Use of the Scholars of Winchester College, escola pela qual Ken foi responsável por algum tempo. Para o bem espiritual de cada menino de sua escola, Ken colocou três hinos (matutino, vespertino e noturno) na cabeceira da cama de cada um deles, com a advertência. "È bom em toda hora louvar ao Senhor". Cada um dos três hinos terminou com esta doxologia. Embora escritos antes, Ken os publicou no manual em 1965. Revisou-os em 1709, colocando-os na forma usada hoje.
Doxologias, ou expressões de louvor a Deus, existem desde os Aleluias, que querem dizer "Louvai a Jeovah (Senhor)", do Antigo Testamento. No Novo Testamento, doxologias são achadas em trechos como Romanos 16:27, Efésios 3:21, Judas 25 e Apocalipse 5:13. Na prática da igreja Primitiva, usou-se o Glória in Excelsis (Glória a Deus nas Alturas) do trecho Lucas 2:14. Com o surgimento da heresia ariana que negava a divindade de Cristo, as congregações adicionaram a prática de louvor especificamente ao trino Deus: Deus Pai, Deus filho, e Deus Espírito Santo, numa doxologia chamada Glória Patri, Não é de se surpreender que esta doxologia de Ken se tornasse um hino em si, uma doxologia moderna.
Thomas Ken (1637-1711),um homem de princípios firmes, que causaram sua prisão e poderiam ter-lhe custado a vida, Nasceu em Berkhampstead, no condado de Hertford, na Inglaterra. Ficando órfão na infância, foi criado por sua meia-irmã Ann e seu marido, o famoso autor Isaac Walton. Educado na Faculdade Winchester, Hart Hall e na Universidade Oxford, foi ordenado em 1662. Pastoreou diversas igrejas até 1666, quando voltou a Winchester, servindo de diversas maneiras através dos anos. Possuía uma bela voz e acompanhava seus hinos com a viola ou a espineta (pequeno piano).
Nos anos seguintes Ken capelão da Princesa Maria, em Haia, e mais tarde na corte de James II, que o considerou o mais eloqüente dentre os pregadores protestantes. O rei Charles II disse dele: "Vou a Ken para ouvir deles as minhas falhas". De fato, em nenhuma circunstância Ken comprometeu os seus princípios, mesmo que isto lhe custasse sua posição ou sua prisão. "A santidade do seu caráter, sua combinação de ousadia, gentileza, modéstia e amor têm sido universalmente reconhecidos." Ken aposentou-se do bispado em 1691. Suas caridades deixaram-no com insuficiente sustento, mas,dali em diante, até sua morte, foi acolhido por seu amigo, Lord Weymouth. Suas obras poéticas foram publicadas em quatro volumes em 1721.
A melodia OLD HUNDREDTH foi composta ou adaptada por Louis Bourgeois para a edição do Saltério Genebrino em 1551, e usada com o Salmo 134. William Kethe transferiu a melodia para o Salmo 100 (HUNDREDTH) para o Anglo-Genevan Psalter (um saltério Genebrino traduzido para o Inglês) em 1561, e é com este salmo que tem sido cantado por 400 anos. A palavra "old" refere-se à Versão Antiga dos Salmos de Sternhold e Hopkins de 1562, que "por mais de duzentos anos (...) manteve lugar de proeminência nos corações do povo comum da Inglaterra". Para o uso como doxologia como é cantada hoje, foi deita uma alteração do ritmo para a forma binária, e o valor do tempo de cada sílaba é igual, com uma fermata no fim de cada linha. Embora isto não embeleze a melodia, simplifica a sua execução.
O compositor Louis Bourgeois, nascido em 1510 em Paris, França, tornou-se discípulo de João Calvino e mudou-se para Genebra em 1541. Foi nomeado cantor (solista e dirigente do canto congregacional) na Igreja São Pedro e regente do coro, em 1545. Calvino lhe deu a responsabilidade de preparar melodias para os Salmos metrificados para um saltério já em preparo. Um saltério parcial foi publicado em 1542. Bourgeois usou, como ponto de partida, o Saltério de Strasburgo, de Calvino. Alterou algumas melodias, trocou outras e compôs novas também.
De 1542 a 1557, Bourgeois serviu como redator musical para as edições sucessivas do Saltério Genebrino. Não se sabe exatamente com quantas melodias originais ele contribuiu para estas edições, mas a importância e a qualidade da sua obra é demonstrada pelo fato dele ter sido responsável pela forma final de 85 das 105 melodias e 110 métricas no saltério complete de 1562.
Bourgeois foi preso em Genebra em 1551, acusado de fazer alterações não autorizadas em algumas melodias bem conhecidas. Calvino conseguiu libertá-lo em vinte quatro horas, e as suas alterações foram mais tarde sancionadas! Desta data em diante Bourgeois teve dificuldades com as autoridades de Genebra que estavam em oposição às mudanças que ele propôs e à introdução de harmonia a quatro vozes que ele preferia. Voltou para Paris em 1557, publicou uma coleção de salmos harmonizados em 1561 e ali desapareceu da história. Suas melodias, com o uso freqüente do padrão de quatro notas em linha descendente implicam numa saída dos modos eclesiásticos para as escalas maiores e menores, mudança radical e duradoura para a salmódia e, em conseqüência, para a hinódia.
A inigualável missionária pioneira Sarah Poulton Kalley traduziu este hino em 1861, seis anos depois de sua chegada ao Brasil, publicando-o na primeira edição de Psalmos e Hymnos (letra somente).
Bibliografia: Keith,Edmond D.Hinódia Cristã. 2ª ed. Revista e Atualizada, Trad. BennieMay Oliver, Rio de Janeiro, JUERP,1987.p.65


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“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.” (Salmos 51:10). A versão deste texto no “Livro de Orações” é: “Faz para mim, ó Deus, um coração limpo, e renova em mim um espírito reto.” Baseado neste texto Charles Wesley escreveu oito estrofes, que foram publicadas em “Hinos e Poemas Sagrados” em 1742. Três estrofes foram selecionadas selecionadas para o nosso hinário.
Charles Wesley, sem dúvida, cantava do amor de Deus porque ele o havia experimentado tão grandemente em sua própria vida. Amor é a nota tônica de seus hinos e desenrola-se como uma corrente através deles. Na versão original deste hino encontram-se as linhas:
“Escreve Teu nome sobre meu coração,
Teu novo, melhor nome de Amor”.
Estas linhas não se encontram na versão do Cantai ao Senhor e nem do Hinário Adventista.
Este hino é cheio de pensamentos espirituais, e a cuidadosa meditação sobre cada uma de suas linhas trará grande proveito. É inteiramente escriturístico, e ensina sobre a intercessão de Cristo, purificação do pecado, entrega completa a Cristo, vida vitoriosa em Cristo, o Cristo que habita o coração e sobre perfeição em Cristo.
“Beautitude” é o nome da melodia escrita por John Bacchus Dykes, um ministro da igreja da Inglaterra, e talentoso compositor de cerca de trezentas melodias. Esta melodia foi publicada primeiramente na edição de 1875 de “Hinos Antigos e Modernos”.
A música é tipicamente romântica, enfatizando os elementos de doçura, suavidade harmônica e encantadora qualidade de linha melódica. Em vez de ser forte e ousada, a melodia é agradável aos sentidos e encantadora. A igreja tem necessidade de diferentes espécies de melodias, as doces e as fortes, e a música de Dykes preenche um lugar lado a lado com melodias profundas.

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Ficha Técnica:
Letra
Música
Título: Bendito Jesus
Nome da melodia: WAREHAM
Autora: Sarah Poulton Kalley
Compositor: Willian Knapp
Data da Autoria: 1873
Data de composição: 1738
Depois de dezoito anos de alegre serviço na “Terra do Cruzeiro do Sul”, a autora deste hino, chamada a “Mãe da Hinódia Brasileira”, Sara Poulton Kalley (1825-1907), podia dizer com firmeza as palavras deste hino. Embora não tenhamos os dados exatos sobre como o hino surgiu em 1873, cremos que ele se baseia em Salmo 106: 4 e 5.
Nascida em 1825, na Inglaterra, em lar de destaque cultural e político, Sarah Poulton Morely recebeu primorosa educação e cultivou seus dotes artísticos, claramente revelados mais tarde na poesia e na pintura. Estudou várias línguas, entre as quais o hebraico, grego, alemão e francês. Sarah conheceu o Dr. Robert Reid Kalley em março de 1852, quando ambos faziam viagens à Palestina. Veio a casar-se com ele em dezembro do mesmo ano.
O Dr. Kalley trabalhara como missionário médico na Ilha da Madeira. Abrira escolas e mantivera um hospital durante oito anos, de 1838 a 1846. Foi o primeiro médico a cuidar dos pobres. Tanto cuidou deles sem remuneração, como convidou a seus filhos a estudarem nas suas escolas sem pagar matricula. 
Uma onda de gratidão ao ‘bom doutor’,’o santo inglês’, espalhou-se pela ilha. Muitas pessoas tornaram-se crentes em Jesus e reuniram para louvá-lo e aprender dele. Isso trouxe terrível perseguição pelo clero. O Dr. Kalley, e muitos crentes foram presos: o missionário por 6 meses. Ali foi enterrada sua primeira esposa. No esquentamento destas ferrenhas perseguições, cercaram o seu consultório. Planejavam matar o Doutor.
Com o auxilio dos crentes fiéis, o Dr. Kalley conseguiu sair somente com a roupa do corpo, e subir à bordo de um navio que Deus colocou no porto! O intrépido servo de Deus concluiu que seria impossível voltar para trabalhar na Ilha. “O Lobo da Escócia”, como fora chamado pelas autoridades católicas da Ilha, viajou então para o Brasil com D. Sarah. Ao saírem do porto Southampton para o Brasil no dia 8 de abril de 1855, o Dr. Roberto escreveu no seu diário:
"Deixar as ilhas Britânicas seria insuportável se não fosse pelo sentir que fosse levar as palavras de Paz de Deus para as criaturas rebeldes, e com a esperança de ver fruto eterno dos nossos trabalhos e das nossas dificuldades. Vale a pena o nosso trabalho e o nosso sofrer.Vale a pena gastar as nossas vidas para alcançar este alvo."
O casal chegou aqui em maio de 1855. Seguiu-se o primeiro trabalho evangélico duradouro entre os brasileiros.
O casal Kalley estabeleceu-se na cidade serrana de Petrópolis, RJ. Logo D. Sarah organizou o primeiro trabalho de Escola Bíblica ente os Brasileiros, para a qual começou a produzir hinos e cânticos em Português. O casal Kalley fundou a Igreja Evangélica Fluminense na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 1858. Foram firmes desde o começo, sobre a ira de Deus sobre a escravatura. Os cultos sempre incluíam qualquer pessoa, sem distinção. O Dr. Kalley pregava com bastante coragem contra esse mal. Houve um possuidor de escravos ser membro da igreja. O Dr. Kalley foi tácito. Citando Romanos 8.15,16 e outras passagens mostrou como um homem possuir outro, quanto menos de lhe tratar com menos do que o amor ao irmão, era totalmente contra as Escrituras. Desta maneira o casal foi modelo para outros missionários e outras missões que começaram seu trabalho no Brasil durante o período da escravidão e depois.
Uma das maiores contribuições que o casal Kalley fez para a marcha do evangelho no Brasil foi na área de hinódia. Henriqueta (Rosinha) Braga, a maior historiadora de música sacra evangélica no Brasil, falou eloqüentemente sobre esses aspectos do ministério desse admirável casal.
O casal foi, na divina providência, o verdadeiro baluarte da hinologia brasileira. Para isto, achavam-se os dois magnificamente preparados: eram, antes de tudo, cristãos consagrados; além disso, possuíam fina educação aliada à sólida cultura e a notáveis dons artísticos. Ambos escreveram hinos originais (metrificaram Salmos) e traduziram inspirados cânticos. (Dos cento e oitenta e dois números que hoje (1961) se encontram em Salmos e Hinos, com a letra K na lista de autores, cento e sessenta foram produzidos por D. Sarah e treze pelo Dr. Kalley).
“A coleção Psalmos e Hymnos, organizada pelo casal, com 50 salmos e hinos, foi usada pela primeira vez no domingo 17 de novembro de 1861, seis anos depois de sua chegada ao Brasil! Esta coleção foi a primeira coletânea de hinos evangélicos em português organizada no Brasil”. Sucederam-se novas edições, ano após ano, D. Sarah lançou Música Sacra, editada em 1868, na realidade a primeira edição de Psalmos e Hymnos com Músicas Sacras.
Não tendo filhos, o casal Kalley adotou uma filha, Sai, e um Filho, João Gomes da Rocha, que mais tarde, tornou-se colaborador com D. Sarah na obra hinológica que o casal começara.
Depois de 21 anos árduos e frutíferos no Brasil, o casal Kalley voltou à Escócia, mantendo, de lá a sua influencia e seu apoio ao trabalho aqui no Brasil. D. Sarah publicou a segunda edição de Psalmos e Hymnos com Músicas Sacras em 1889. Recebeu, na ausência do Dr. Kalley, que falecera em 1888, a ajuda valiosa do Dr. João Gomes da Rocha, organizador de edições subseqüentes. Foi necessária que estas edições fossem impressas na Escócia ou em Portugal sempre adicionando novas traduções e hinos originais. Como o casal havia custeado todas as edições até a morte do Dr. Kalley, assim continuaram a D. Sarah e o Dr. João Gomes da Rocha. Ao todo, laboriosamente prepararam e publicaram estas edições, tanto de letra, como também , as com partituras, como uma parte da sua grande colaboração para que o Evangelho crescesse no amado Brasil. Rocha continuou até sua morte a produzir estas edições que cresciam em número de hinos.
Seria muito difícil exagerar a importância do hinário Salmos e Hinos na história da hinódia brasileira, além de ser o primeiro hinário usado por diversas denominações.
A mãe da hinódia brasileira ainda fez muito mais em prol da obra do Evangelho no Brasil. Levantou fundos para missionários poderem trabalhar neste país.
D. Sarah faleceu aos 82 anos de idade, deixando-nos uma herança inigualável no campo da hinódia brasileira.
William Knapp (1698-1768) dizia em cada culto da sua igreja: “Vamos todos cantar para o louvor e a glória de Deus”, esta frase caracterizou a sua vida.
Knapp descendente de alemães, nasceu no condado de Dorstshire, Inglaterra, em 26 de setembro de 1698. Foi chamado O Salmista do Campo. Tornou-se organista, compositor e compilador de coleções de melodias. Serviu por 39 anos como preceptor, uma função semelhante à de diretor de música, na Igreja de Saint James, em Poole, porto no seu condado natal no extremo sul do país.

Knapp publicou duas coleções de salmos, antemas e hinos, em 1738 e 1753. Hoje cantamos somente a sua melodia WAREHAM, que faz parte da primeira coleção. Uma das características distintas dessa melodia é que, com duas pequenas exceções, ela se movimenta, do início ao fim, em graus conjuntos.
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Ralph Carmichael, nascido em 1927 em Illinois, iniciou seus estudos de violino aos 4 anos de idade. Na juventude dirigiu grupos musicais na Califórnia e demonstrou especial habilidade para compor e fazer arranjos orquestrais. Participou de grandes produções das maiores gravadoras dos Estados Unidos e trabalhou com alguns dos mais famosos artistas de seus dias tais como Bing Crosby e Roger Williams. Produziu música para famosos sucessos da televisão, inclusive para o "I Love Lucy", mas ele mesmo dizia que sempre terminava voltando à música evangélica. Participou de campanhas evangelísticas de Billy Graham e outros famosos pregadores.
Este pequeno cântico, para ser usado nos momentos de oração, foi escrito para um grupo de jovens da Califórnia, quando ele trabalhava com os "Jovens por Cristo", nos anos 60. No Brasil esta suave melodia teve uma de suas primeiras aparições através de uma gravação produzida pelo coral regido por Elias Azevedo, com alunos do IAE - SP.


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Hans Georg Naegeli(1768-1836)

Letra: John Fawcett (1740-1817)
Música: Hans Georg Naegeli(1768-1836)
Arranjo: Lowell Mason

O Dr. John Fawcett era o pastor de uma pequena igreja em Wainsgate, e foi chamado para uma igreja maior em Londres, em 1772. Ele aceitou o chamado, e pregou o seu sermão de despedida. As carroças estavam carregadas com os seus livros e mobília, e tudo estava preparado para a sua partida, quando os seus paroquianos rodearam-no e com lágrimas em seus olhos pediram-lhe que ficasse.
Sua esposa disse: “Oh, John, John, eu não posso agüentar isso”. – “Nem eu”, exclamou o bom ministro, “nós não iremos. Descarreguem as carroças e ponham todas as coisas nos lugares em que estavam antes."
Sua decisão foi saudada com grande alegria por seu povo, e ele escreveu as palavras deste cântico em comemoração ao acontecimento. Este cântico, e “Deus vos Guarde”, são os mais usados em despedidas em todo o mundo.


H.A. 603 - BENDITOS LAÇOS



Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):
"O Sr. Moody costumava contar de um professor de Escola Dominical, a quem ele havia dado uma classe de moças, que veio certa vez à sua loja, muito triste, dizendo que sofria de uma hemorragia nos pulmões, e seu médico lhe havia dito que precisava sair de Chicago. Ele estava triste porque sentia que não havia feito um esforço verdadeiro para salvar sua classe.
Por sugestão do Sr. Moody, eles foram imediatamente visitar cada um dos membros da classe, usando para isto uma charrete, e o jovem muito fraco, dizia a cada um o que podia.
Na reunião de despedida, onde todos estavam reunidos, eles tentaram cantar "Benditos Laços", mas estavam muito emocionados e suas vozes falharam. Cada membro da classe entregou seu coração a Deus."
Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista


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Lawrence (Laurie) Forbes Taylor, escreveu este cântico de apelo, em 1932, para uma campanha evangelítica em que ele cooperava com seu irmão, Charles Forbes Taylor. Publicou-o, em 1940, na conta-capa da coletânea Cary Away a Song (Leve Consigo um Cântico), publicada para as campanhas evangelísticas dos irmãos Taylor, na qual Laurie incluiu 12 dos seus hinos e cânticos.
Não há outras informações disponíveis sobre este evangelista-compositor no momento.
Este hino, cujo tradutor é desconhecido, tem sido cantado no Brasil há muito tempo. O maestro Fred Spann incluiu um simples arranjo do hino pelo saudoso prof. Osires Macedo no primeiro volume do Coral sinfônico no fim dos anos sessenta. Diversos coros de igrejas batistas apresentaram um arranjo coral dele nos anos setenta. 
Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão - Notas históricas - Edith Brock Mulholland (Compiladora) - Rio de Janeiro JUERP, 2001, p. 206.


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ÚLTIMOS EVENTOS

1.     Devemos saber a “proximidade” da volta de Jesus. GC 371.
2.     O último tempo definido terminou em 1844, GC 458, 459 (370, 371).
3.     A tríplice mensagem angélica.
a)     1º anjo GC 330, 332, 355, 367, 616.
b)    2º anjo GC 383, 387, 388, 389, 609.
c)     3º anjo GC 610 a 612, 616, 617, 619.
4.     Aplicação local da mensagem do 2º anjo. GC 388.
5.      A Segunda besta são os EUA.  GC 584.
6.     Imagem e sinal da Besta. GC 442, 444, 445, 449, 450, 584, 610, 611.
7.     O sinal da besta no contexto dos últimos eventos só existirá quando quando o Domingo for imposto legalmente. GC 610, 611.
8.     Acontecimentos que antecedem fechamento porta da graça:
a)     Movimento para fortalecer a guarda do domingo nos EUA.
b)    Protestantes sob a bandeira de Roma.
c)     Domingo imposto por lei.
d)    Adoração do papado (besta).
e)     Formação da imagem da besta (impor dever religioso através do poder secular). GC 442, 444, 449.
9.     Adoração da besta e da sua imagem ocorrerá quando:
a)     Domingo imposto por lei.
b)    O mundo for suficientemente esclarecido sobre o assunto.
c)     Só então quem transgredir receberá o sinal. GC 450.
10.           Quem é Babilônia. GC 382.
11.           Vinho de Babilônia. GC 55, 57, 387, 542, 550.
12.           A mensagem do 2º ano não teve pleno cumprimento em 1844. GC 389.
13.           A mensagem da queda de Babilônia (Apoc. 14) deve ser dada nos últimos dias. GC 382.
14.           Anjo de Apoc. 18 é a última mensagem e será dada apenas quando a completa condição predita pelo 2º anjo for alcançada. GC 389, 390, 609, 612.
15.           Chamado para sair de Babilônia só quando... (Apoc. 18:4) GC 390.
16.           Ainda não se pode dizer “caiu Babilônia”. GC 389.
17.            Babilônia ainda não deu de beber a todas as nações e não atingiu sua culminância GC 389.
18.            Satanás primeiro vai exercer todo poder de milagres. 389.
19.            União com o mundo precisa ser consumada em toda cristandade e isso é  processo gradual. GC 389.
20.            O cumprimento perfeito de Apoc. 14:8 ainda está no futuro. GC 389.


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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE
A TRINDADE E O ESPÍRITO SANTO
Demóstenes Neves da Silva*



1. Por que a doutrina da Trindade e do Espírito Santo são progressivas na Bíblia e na história da IASD?
      1) A luz de Deus é progressiva (Provérbios 4:18). A doutrina do Espírito Santo, como revelada nas Escritura, não foi entendida amplamente no Antigo Testamento (a partir daqui AT). Mesmo a compreensão de quem seria o Messias e Sua obra não seria plenamente obtida antes do advento do Novo Testamento (a partir daqui NT). Como muitas outras verdades, o entendimento acerca do Espírito Santo ainda era parcial. 
     2) Na Igreja Adventista do Sétimo dia (IASD) a doutrina estabeleceu-se como uma luz progressiva. Não é para ignorar esse fenômeno pois o mesmo ocorreu com a doutrina do Sábado, Reforma de Saúde, Dízimo, Santuário, Dom Profético e até mesmo a compreensão mais completa da Justificação pela Fé.
     3) Vários dos pioneiros eram originários da Conexão Cristã, uma denominação evangélica norte-americana, que mantinha pontos de vista doutrinários equivocados sobre a Trindade e, consequentemente sobre o Espírito Santo. Numa atmosfera de encontro de  tantas novas idéias somente o tempo e o amadurecimento da igreja poderiam operar mudanças sem colocar em risco, pelas disputas doutrinárias, a unidade da igreja nascente.
      4) A IASD, conforme declara o seu Manual, reconhece a divindade e a personalidade do Espírito Santo. O consenso doutrinário tornou-se suficientemente claro para um posicionamento já por volta de 1900 e foi publicada claramente na formulação de crenças em 1931.
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2. Por que a doutrina da Trindade é um mistério? Não deveríamos entender tudo o que a Bíblia  ensina? 
     1) Não podemos entender tudo o que a Bíblia diz. É preciso ter em mente, embora os arianos modernos e racionalistas não desejem aceitar, que, ao falar sobre a natureza do Espírito Santo e Sua divindade (e o mesmo ocorre sobre a divindade de Jesus) trata-se de tema que, embora revelado à mente finita, continua além da plena compreensão humana, portanto, trata-se de um mistério de fato. Como a doutrina da Trindade pode ser crida se não pode ser explicada racionalmente? A Bíblia responde reafirmando o mistério de Deus e Sua natureza:

     a)  “Porventura desvendará os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11:7). 
      b) “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir” (Sl  
          139:6).
     c) “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a Sua grandeza é insondável” (Sl 145:3).
     d) “Não se pode esquadrinhar o Seu entendimento” (Is 40:28).
     e)  “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos” (Rm 11:33).

      2) Mesmo o amor de Cristo e a paz de Deus estão além de toda compreensão e conhecimento (Ef 3:19; Fl 4:7). Ou seja, não se pode explicar a Deus, nem Sua grandeza, Seus pensamentos, Seus juízos, Seu amor e nem sua paz. Mas também não se explicam muitas outras declarações da Bíblia.  Todavia são exatamente os mistérios que a identificam como Palavra de Deus, com temas que estão além da capacidade humana, sem que isso impeça que se creia, desfrute e viva suas verdades.
      3) Ao dizer que só acreditam no que podem explicar os arianos (seguidores de Ário, que não acreditava na Trindade e nem na divindade de Jesus e do Espírito Santo) fazem uma opção exclusiva pelo racional em prejuízo da fé.  A rejeição da Trindade passa a fundamentar-se na auto-suficiência do intelecto humano. Estabelece-se a contradição entre declarar-se ter fé mas só acreditar na capacidade racional de explicar os fatos. Talvez isso explique as tentativas para “dobrar” a Bíblia de acordo com um racionalismo religioso. A razão, embora necessária à recepção e prática da mensagem, não é suficiente para desvendar e explicar plenamente as verdades reveladas.
      4) Se apenas se aceitasse o que é racionalmente compreensível sobre Deus, estaríamos dessa forma, igualando o homem a Deus e, negando a Sua transcendência. Como esse há outros mistérios na Bíblia.

3. A palavra Trindade não se encontra na Bíblia. Seria isso prova de que a doutrina não existe?
Não. A palavra Milênio também não está na Bíblia e por isso não existe o milênio ou um período de mil anos? Claro que existe (Ap 20:1-3). O fato de se usar uma nova palavra para uma doutrina bíblica não significa que a doutrina não tenha existido antes do aparecimento do novo vocábulo. A doutrina não depende de novos nomes, existia antes deles, assim também a doutrina da Trindade.     

4. A doutrina e a palavra Trindade não foram inventadas por causa dos debates com Ário no quarto século?
     Não. Alguns acreditam que a doutrina da Trindade foi inventada em 325 d.C., devido às disputas com Ário,  mas esquecem que, se essa doutrina não existisse antes, por que Ário a combateria? Na realidade a atitude de Ário demonstra que a crença já era estabelecida e que a igreja, na sua reação, elaborou mais detalhadamente a doutrina com vistas a refutar os argumentos filosóficos e os usos impróprios de interpretações da Bíblia.

5. Há alguma fonte histórica que demonstra que a doutrina existia antes de Ário?
      Várias. Além da Bíblia, uma prova de que a doutrina da divindade de Cristo e do Espírito Santo bem como da Trindade (embora a palavra ainda não tivesse sido usada) já era crida em toda a igreja cristã, e ensinada pelos bispos, é uma carta de Alexandre, bispo de Alexandria, no distante Egito, para Eusébio da Nicomédia, na Ásia. Ela é anterior a Nicéia, antes de Ário se tornar notório pela pregação de sua “nova” doutrina. Nessa carta, Alexandre queixa-se que sua divergência com Ário deu-se por causa da negação da divindade de Cristo:

      Tudo isso devido a que nós não concordamos com ele quando ele declarou em público, (...) Sempre gerado, não procedente-criado, nem no pensamento nem no mesmo momento Deus originou o Filho, sempre Deus, sempre Filho, O Filho procede do próprio Pai.

      A controvérsia que envolveu a igreja no oriente e ocidente, considerou Ário como herege, e provocou vários concílios desde 319 até 381.  Esta controvérsia absorveu meios e energias de muitos líderes da igreja. Numa carta a seu homônimo de Tessalônica na Grécia, Alexandre declarou que, para conseguir implantar a “novidade” de sua doutrina:

     Ele [Ário] denunciou cada santa doutrina apostólica; ele organizou no estilo dos judeus um grupo de trabalho lutando contra Cristo. Ele negou a divindade de nosso Salvador.

6. O cristianismo se manifestou, oficialmente, sobre o Espírito Santo em algum momento?
      Sim. “Nós cremos no Espírito Santo” diz o credo Niceno. A ausência da abordagem sobre a divindade do Espírito Santo a princípio explica-se pelo fato de que a questão em foco era a divindade de Jesus, e, quando se fez necessária, posteriormente, no concílio de Constantinopla (381 d.C.), elaborou-se uma definição mais ampla:

... “e no Espírito Santo, o Senhor, o Doador da Vida, o qual procede do Pai, o qual com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos profetas”. É o mesmo Espírito mencionado no AT que é adorado como o são o Pai e o Filho.

7. É verdade que os credos foram formulados para defender a verdade já existente e combater desvios doutrinários?
     Sim. Os credos primitivos, elaborados pela igreja, ao contrário do que alegam seus críticos, foram a expressão das crenças anunciadas pelos apóstolos e que podem ser comprovadas no NT. Mas nem todas as crenças, visto não terem sido alvo de ataques, apareceram em credos, embora estejam claramente na Bíblia. Uma doutrina é verdadeira por estar na Escritura como é o caso da Divindade Triúna.

8. O combate à Trindade nasceu de influência da filosofia pagã?
      Sim. A Trindade era uma consenso estabelecido na igreja antes das disputas arianas, bem como a divindade de Jesus e do Espírito Santo. Apenas não existia formulação oficial de concílio com expressões técnicas. Estas se tornaram posteriormente necessárias para enfrentar os ataques de Ário.
     Os argumentos de Ário, por outro lado, tiveram origem em sua formação filosófica e não na Bíblia. O que o impediu de permanecer na doutrina trinitária foi a crença na filosofia platônica do Monas. Esse Monas seria, na filosofia platônica (pagã), a causa única, primeira e indivisível. O Monas por ser único é impossível ser dividido. Aí Ário deteve-se e não pôde conciliar sua idéia com o que lhe parecia ilógica e “anti-filosófica” doutrina bíblica. Isso o levou a forçar a Bíblia a dizer o que sua filosofia de antemão afirmava. Não é sem motivo que alguns grupos ainda hoje produzem suas próprias  “traduções” da Bíblia para atender aos interesses filosóficos que não teriam apoio num puro “sola Scriptura”.
      Ário, em uma carta a Alexandre bispo, de Alexandria, confessa seu referencial pagão ao declarar:  “Deus é antes de tudo como um Monas e causa. Portanto Ele é antes do Filho”.
      Assim, sua conclusão dobrava a Bíblia à filosofia. Ário e seus seguidores modernos (alguns até inconscientes disso) acham-se na defesa do platonismo pagão.  Negam a verdade da Palavra de Deus, sem perceberem, que na tentativa de sustentação do unitarismo de Deus, repetem a filosofia platônica. Fogem da Trindade que é uma única divindade e caem na adoração de um semideus, à moda pagã.

9. A não aceitação da Trindade implica em diminuir Jesus também?     
      Sim. A rejeição da Trindade é devido a não aceitar a igualdade do Filho e do Espírito Santo com o Pai. Quando conseguem negar o Espírito Santo usando textos fora do contexto passam a diminuir a divindade de Jesus usando o mesmo artifício - textos que tratam de Sua encarnação. O próprio Filho de Deus na qualidade de uma “divindade menor”, segundo algumas opiniões, nem deveria existir, pois, conforme a Bíblia declara:

      Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor [YHWH], o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá (Is 43:10). (grifo nosso).

      Se foi o Pai que falou as palavras acima, então o Filho jamais seria um deus de qualquer tamanho ou qualidade : “depois de mim deus nenhum haverá”. Se, por outro lado, foi o Filho quem falou estas palavra de Is 43:10, então Ele nega que o Pai existia antes de Si: “antes de mim deus nenhum se formou”. Ambos, então, são co-eternos, como diz a Bíblia (Is 9:6; Mq 5:2; Jo 1:1-3).
     A posição assumida de prestar a Jesus “um tipo” de adoração diferente, sustentando que Jesus foi “um deus” criado pelo Pai conduz ao biteísmo que é idolatria.

10. É verdade que os que combatem a Trindade muitas vezes nem mesmo compreendem e nem demonstram interesse de compreender a doutrina bíblica?
      Exatamente. O arianismo também confunde o conceito cristão de Trindade com tríade ou uma trindade comum e afirma que os cristãos adoram três deuses como o faziam os antigos pagãos. Então, passa a atacar uma doutrina que imagina ser o que os trinitarianos crêem. Ataca-se um erro (de três deuses) que não é a verdadeira doutrina bíblica da Trindade.

11. Houve influência do sistema de governo pagão da antiguidade para distorcer a doutrina da Trindade e para dar ênfase numa idéia contra a Trindade?
      Sim.
       1) É evidente que o conceito de um deus monárquico que comanda um ou vários deuses menores é adequado também ao sistema político das cidades-estado pagãs da Mesopotâmia e do Egito como o “olho solitário” e “deus sozinho”.   O tipo de sistema que Deus não queria que Israel copiasse.    
      2) Naquelas organizações políticas havia um rei único, e os homens tendo deixado o verdadeiro Deus, criaram seus deuses à imagem deles mesmos e seus sistemas monárquicos absolutistas. Mesmo suas tríades nada mais eram do que um deus absoluto rodeado de dois “imediatos” e muitos outros vassalos divinos, iguais aos sistemas sócio-políticos da época.
      3) Numa sociedade onde se conhecia apenas um monarca absoluto, a doutrina da Trindade dificilmente poderia ser entendida e aceita sem o auxílio da Revelação de Deus. Não havia lugar para uma concepção tal que tornasse três pessoas iguais, e ao mesmo tempo distintas, membros de UMA única divindade. Portanto, o conceito do Monas e do rei absoluto, reflete o erro religioso pagão das tríades (seja por via platônica-grega, egípcia ou mesopotâmica).  É diferente e incompatível com a doutrina bíblica da divindade triúna.
      4) Assim que, Israel necessitava uma revelação progressiva sobre a Trindade pois se encontrava influenciado pelas nações em redor com seus panteões de ídolos monárquicos.
      5) É notável que quase cada doutrina da Bíblia foi imitada ou distorcida no paganismo, assim também o conceito de Deus. Como apresentado a seguir, é grande a diferença entre o conceito de Trindade bíblica e a tríade pagã:

TRINDADE
Uma só divindade
Natureza infinita
Atributos infinitos
Onipotente
Onisciente

Onipresente
Imutável
Divindade  perfeita
Sempre boa



TRÍADE
Três divindades
Natureza finita
Atributos finitos
Impotentes


Sem onisciência
Sem onipresença
Mutáveis
Imperfeitos
Uma divindade boa
Às vezes bons e maus

      Como se pode ver, a rejeição da trindade apresenta-se aqui em dois pontos: 1) a rejeição de um entendimento equivocado da Trindade à parte do seu sentido bíblico, e 2) também uma opção para entender a doutrina de Deus pela ótica filosófica em lugar da aceitação do contexto bíblico que apresenta três pessoas distintas em uma única divindade. Esse ensino pode ser encontrado na Bíblia, independente de se entender ou não como isso se processa.

12. Há outras coisas que não entendemos e mesmo assim aceitamos?
       Sim.
       1) De fato, não se entende completamente como funcionam coisas deste mundo como energia elétrica, máquinas, e fenômenos naturais e, apesar disso, com elas se convive e se desfruta seus benefícios mesmo sem entendê-las ou poder explicá-las. Se até mesmo o corpo humano é um mistério para o homem, sem falar nas maravilhas da mente, e no entanto não são rejeitadas por isso, como se pode exigir entender tudo sobre a natureza de Deus?      
      2) Realmente, a primeira verdade anunciada no ato de recepção na igreja é que o crente está sendo aceito em nome do Deus triuno, embora insondável: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Este texto, equivocadamente posto sob desconfiança apresenta as três pessoas ao novo crente, igualando-os em nome e autoridade. Uma tríplice aprovação para o batismo. Foi essa lição primária que a igreja cristã primitiva e pós-apostólica aceitou, abrindo mão, neste caso, de propostas interpretativas originadas na filosofia platônica do Monas solitário e que levariam a erros como o triteísmo (três deuses com poder diferente)  biteísmo (dois deuses com poder diferente). (Veja sobre o batismo em nome de Jesus na pergunta 37).

13. É verdade que é uma contradição dizer que a doutrina da Trindade veio do paganismo e que não existia na igreja cristã até que o termo trindade aparecesse?
      Sim.
     1) A alegação de que a doutrina da Trindade não existia na igreja cristã antes do quarto século pelo fato desta palavra ainda não haver sido usada antes do ano 325 d.C. então, pergunta R. Morey, como justificar a acusação de que a noção de Trindade existia entre os povos pagãos e nos escritos de Platão, se a palavra Trindade jamais é mencionada nem por Platão e nem pelos egípcios ou qualquer outro povo pagão?
    2) Se a existência da doutrina só vale com o uso da palavra, então não existia a idéia de Trindade entre nenhum povo pagão, e, assim, essa idéia não veio do paganismo, como se tem afirmado.
   3) De fato não existia a idéia de Trindade entre eles, mas somente de um panteão, alguns compostos de tríades hierárquicas adicionados de outros deuses inferiores às dezenas, independentes e digladiando-se entre si, ou de uma coisa Absoluta com suas “emanações” inferiores. A idéia de um Deus único em três pessoas é uma noção especial da Bíblia.

14. A Bíblia fala da unidade essencial de Deus apesar de mencionar mais de uma pessoa?
      Sim.
      1) Respeitadas as proporções, Deus ensina os discípulos a ser “um” como Ele é “um” (Jo 17:21-23). Muitos formando uma unidade.
      2) A união da igreja, que repete de forma limitada a união divina, é operada pelo Espírito Santo que se destaca na Trindade como o Autor da comunhão da igreja (2Co 13:13).
     3) Seria, por outro lado, ingênuo reduzir a união da Trindade ao nível da igreja, como o seria dizer que Deus é igual à igreja e esta igual a Ele, pelo fato de a Bíblia dizer que devemos ser “perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:48). Deus é um em Sua esfera infinita e os crentes devem ser um em sua esfera finita. (Veja mais sobre a unidade de Deus na pergunta 20)

15. Mas, é fato de que a Bíblia e o próprio Deus se referem à divindade no plural?
      Sim.
      1) Deus refere-se a Si mesmo no plural. Pode ser difícil para o pensamento ariano ou monista platônico (pagão) entender e aceitar a pluralidade de Deus mas as evidências nas páginas da Bíblia são expressivas.  Tais passagens têm sido um embaraço até mesmo para os judeus que não têm podido explicar como Deus é sozinho e a Bíblia, apesar disso, desvia-se inúmeras vezes de uma linguagem singular para tratá-lO de forma plural.
      2) As passagens mencionam Deus declarando “façamos” o homem à “nossa” imagem (Gn 1:26); o homem é como um de “nós” (3:22); “desçamos e confundamos” ali a sua linguagem (11:7) e:
      3)  “A quem enviarei e quem há de ir por nós?” (Is 6:8). Aqui em Isaías a palavra enviarei é singular, nós é plural e quem fala é YHWH. No entanto, o evangelho de João diz que a glória que Isaías viu foi a de Jesus (Jo 12:37-41). Já o apóstolo Paulo, no livro de Atos atribui as palavras ditas por Deus ao Espírito Santo (At 28:25-27) que, como já foi dito e se demonstrará mais ainda adiante, é uma pessoa distinta do Pai. Portanto, o Senhor (YHWH) sobre o trono em Isaías 6, entendido como o Pai, é revelado na Bíblia como sendo também o Filho e o Espírito Santo. Assim ocorre em outras passagens.
     4) Ainda, a palavra “Deus” em Gênesis é também plural. Em vez do singular El (Deus) a Bíblia usa Elohim (Deuses) mas não para denotar o sentido politeísta numérico pagão. Mesmo que a forma Elohim seja muito debatida, a questão permanece: Deus, em Gênesis, é tratado como um só ser e agindo no plural. Ou seja, um ser que se assume no plural!

16. Será que os inimigos da doutrina bíblica da Trindade seriam capazes de inventar até argumentos gramaticais falsos para defender seus pontos de vista?
      Infelizmente, sim.
Diante dessas e outras questões, adversos à Trindade respondem que este é um plural majestático (ou pluraris excellentiae) como temos em português e em outros idiomas. Uma simples forma especial e exaltada que reis usavam para descrever a si mesmos.
Porém, o fato é que essa forma de tratamento não existia e nem era usada pelos hebreus antigos. Conforme declara o rabino Nassi:

      Qualquer  um que está familiarizado com os rudimentos da língua hebraica e caldéia, deve saber que Deus, nos santos Escritos, muito freqüentemente fala de si mesmo no plural. As passagens são numerosas, nas quais, em vez da concordância entre o sujeito e o predicado, nós encontramos uma construção, à qual alguns modernos gramáticos, os quais possuem mais do assim chamado conhecimento filosófico do que real conhecimento das línguas orientais, chamam de pluraris excellentiae. Isto ajuda-os a escapar de cada aparente dificuldade. Tal pluralis Excellentiae era, contudo, uma coisa desconhecida para Moisés e os profetas.

17.  Poderia citar algumas dessas falsificações para combater a doutrina bíblica da trindade?
    Sim. Se a questão do tratamento para Deus no plural não contivesse implicações comprometedoras para os que regeitam a Trindade, não seria necessário que mesmo antigos escritores usassem explicações e mesmo citações modificadas procedentes de fontes judaicas como ocorre nas seguinte fontes:
1) Livro dos Jubileus 1:26; 2:14;
2) no comentário de Filo;
3) no Talmude de Jerusalém sobre Gn 1:26, entre outros exemplos.
4) Várias edições de traduções “modificadas” como a “Novo Mundo” das Testemunhas de Jeová nas quais os textos são visivelmente alterados para escapar à direta verdade bíblica.
5) A palavra (único) yechad (heb) em lugar de (um, unido) echad (heb) em Deut. 6:4 nos 13 artigos de fé judaicos elaborados pelo rabino Moisés Maimonides.

18. Mas alguns não citam um dos maiores gramáticos do hebraico, que não cria na Trindade, dizendo que o plural magestático é somente uma forma de tratamento?
      Sim, mas note o seguinte:
      1) o argumento do “plural magestático” foi espalhado no século XIX pelos inimigos da Trindade. Um truque atribuído, lamentavelmente, ao hebraista Gesenius, durante os debates antitrinitarianos.
     2) Apesar desse pensamento ser retratado em nota de rodapé de sua gramática revisada continua sendo usado, de má fé, pelo compromisso com a idéia unitarista.

19. Quando Deus diz “façamos” em Gen. 1:26 não estaria falando dos anjos que estavam com Ele na criação do homem?
     Impossível.
     1) Se esse fosse o caso, o termo “imagem” deveria vir também no plural (referindo-se à imagem de Deus e à dos anjos)
    2) além do mais a Bíblia nunca diz que fomos criados à imagem dos anjos;
    3) ou que estes tenham sido co-criadores de qualquer coisa muito menos do homem feito “à imagem de Deus”.
   4) Por outro lado, nessa questão, é de suspeitar-se do gramático Gesenius, uma vez que, embora professor de teologia e notável gramático, foi acusado de filósofo racionalista, o que explicaria sua dificuldade para aceitar a Trindade, que transcende a razão.

20. O Antigo Testamento ensina que Deus, além de plural é um só?
      Sim, para qualquer um que queira aceitar a verdade e não a filosofia pagã dos inimigos da Trindade.
1) A palavra usada no idioma hebraico (no qual o AT foi escrito) é echad  (Deut. 6:4) que significa uma união e não uma pessoa sozinha. Deus é um, unido. A mesma palavra é usada para:
2)  “o primeiro” dia que é “um” (heb. echad) por ser o resultado da união da noite e da parte clara (tarde e manhã) conforme o relato da criação de Gênesis.
3) O mesmo ocorre com o casal humano. Deus os chama “uma” só carne (heb. echad), em Gn 2:24.
Portanto, a palavra escolhida para definir que Deus é “um”, significa não uma pessoa isolada mas uma unidade.

21. Mas, se for uma Trindade não cria o problema de um perder a personalidade se misturando com o outro?
      Não na doutrina da Bíblia. A pessoa não perde sua personalidade e nem se “dissolve” na outra quando é echad (unido). Vejamos exemplos:
     1) o povo era “um” (heb. echad), e ao mesmo tempo muitos (Gn 11:16);
     2) o povo era “um” (heb. echad) coração mas era uma multidão (2Cr 30:12) e,
    3) como no novo concerto, Deus deu a todos os crentes, seu povo, “um” (heb. echad) coração (Jr 32:39) mas eles são muitos.
Assim, na esfera infinita de Deus há “um” (heb. echad) Deus, embora sejam três pessoas.

22. Há outra palavra, então, para Deus quando se quer dizer que Ele é único, sozinho, em relação aos falsos deuses?
     Exatamente.
     1) Quando a Bíblia se refere a um ser ou algo solitário usa a palavra “único” (heb. yechad) que se refere a único, sozinho, como em Sl 68:6. Assim, quando Deus é definido, Ele é echad (unido) e quando é comparado com os deuses falsos Ele é yechad  (único). Não há igual a Ele.
    2) Se a Bíblia pretendesse apoiar a visão unitarista, contra a trindade, para descrever a divindade usaria, é claro, yechad, que fala de um ser solitário. A Bíblia teria sido escrita de outro modo, jamais usando echad para definir o nosso Deus.

23. Então a Bíblia diz que Deus é um no sentido de unido (echad)?
  Sim. No “Shemah” que á a declaração de fé em Deus e que está em (Deut. 6:4) a Bíblia diz que a divindade é uma unidade e não um ser solitário: pois “o nosso Deus é o único [echad - unido] Senhor” (Dt 6:4).

24. Há razões para crer que os judeus, infelizmente, sob influência filosófica pagã e inimizade contra o cristianismo se esforçou para torcer a compreensão da doutrina bíblica da trindade?
      Exatamente.
      1) Apesar do conhecimento judeu sobre o assunto, o motivo do significado de único ter prevalecido na sua confissão de fé em lugar do significado de um, referindo-se a unido, pode encontrar-se fora da Bíblia.
      2) Segundo a gramática, echad, além do significado de uno e adjetivo, encerra também o sentido numérico e de único.
      3) Apesar disso, o grande rabino Moisés Maimônides, foi muito influenciado pelo pensamento unitarista islâmico e pela filosofia pagã aristotélica e platônica,
      4) percebeu que a palavra não era destituída de valor para definir a natureza plural de Deus e no seu esforço de opor-se ao conceito bíblico defendido pelo cristianismo, estabeleceu 13 artigos de fé para o judaísmo nos quais a declaração de que Deus é unido (heb. echad) é mudada para único (heb. yechad) alterando o sentido do texto bíblico de Dt 6:4.
      5) Segundo o ex-rabino Leopold Cohn os judeus se desviaram da doutrina do Deus Triuno devido a essa distorção feita pelo rabino Moisés Maimônides.
     6) Lamentavelmente, ainda hoje alguns não hesitam em mudar palavras e porções da Bíblia e até criar argumentos gramaticais inexistentes, (veja as notas sobre os Testemunhas de Jeová) a fim de defender suas idéias previamente estabelecidas.
     7) O problema dos inimigos da trindade bíblica é partir de idéias previamente sustentadas pela filosofia pagã, tendo ou não conhecimento disso,  para, em seguida, buscar apoio na Bíblia em vez de buscar a Bíblia para entender sua mensagem.
     8) Por outro lado, o conceito cristão de um Deus triuno, por ser exclusivamente bíblico, apesar das contrafações das tríades, como mencionado, era inexistente entre os filósofos e nações pagãs.
     9) Finalmente, a idéia que confunde Trindade bíblica com a tríade pagã parece decorrer da incapacidade e desinteresse para entender o que a Bíblia realmente ensina.

25. Então toda essa guerra contra a doutrina da Trindade nasce de influência que vem de fora da Bíblia e que é pagã?
     Isso mesmo. Conforme apresentado até aqui, a Trindade é uma doutrina peculiar do cristianismo. Ela difere das contrafações que possam ser encontradas no paganismo religioso ou filosófico. É inevitável o confronto com passagens que explicitamente declaram:
1) a divindade de Jesus e Além disso, suas qualidades divinas de ter vida em Si mesmo, perdoar pecados, ser adorado, ter Seu nome substituindo o nome de Jeová nas passagens citadas do AT no NT entre outras, são apenas algumas áreas que conferem a Jesus prerrogativas e atributos que somente pertencem a Deus, o Pai.
2) Um fato complicador adicional que contraria o unitarismo radical russelita (relativo às Testemunhas de Jeová), que assemelha-se ao muçulmano, que também não crê na Trindade, é que tais atributos e prerrogativas divinas também são conferidos ao Espírito Santo em dezenas de passagens. Ou seja, embora a Bíblia fale de um só Deus, declara ao mesmo tempo que esse Deus apresenta-se como Pai, e Filho e Espírito Santo. Não no sentido de modalidades de uma mesma pessoa que ora aparece como Pai, depois como Filho e algumas vezes como Espírito Santo. Esse pensamento não suporta o peso do ensino bíblico que apresenta as três pessoas de forma distinta, separados, interagindo simultaneamente de forma pessoal e mencionados como Deus.
      A igreja, aceitou o testemunho das Escrituras de um só Deus em três pessoas distintas que se manifestam de forma cada vez mais clara à medida que a luz da verdade progride do Antigo para o Novo Testamento.

25. Há passagens bíblicas que demonstram a divindade das três pessoas da Trindade?
Sim, muitas. Citaremos apenas algumas, em três etapas.
1) A Bíblia afirma EXPLÍCITAMENTE A DIVINDADE DOS TRÊS:

1.  Deus Pai é Deus (cf. Jo 20:17; Ef  4:6, etc.),

2.  o Filho é Deus (cf. Jo 1:1; At 20:28; Rm 9:5; Cl 2:9; Hb 1:8; 2 Pe 1:1, etc.)

3.  o Espírito Santo é Deus (cf. At 5:3 e 4).

Se Ele é Deus, então, não é nenhum anjo e nem uma energia.

2) A Bíblia diz que as três pessoas têm os mesmos ATRIBUTOS DIVINOS:
                             Deus Pai                           Deus Filho                   Deus Espírito Santo
1. Eternidade:       Is. 40:28; 1 Tm 1:17;         Is 9:6; Mq 5:2;             Hb 9:14
                              Sl 90:2                              Ap 1:8 e 17; 22:13

2. Onipotência:     Gn 28:3; Sl 91:1                Mt 28:18; Cl 2:9;           Is 11:2; Mq 3:8;
                                                                        Ap 1:8                            Lc 1:35; 4:14; At 1:8

3. Onipresença:    Sl 139:5,8-12; Pv 15:3      Mt 18:20; 28:20             Sl 139:7

4. Onisciência:     Sl 139:1-4, 23-24;              Mt 9:4; Jo 2:25              Is 40: 13 e 14;
                                 33:13;                                                                    I Co 2:10-11

5. Poder criador:  Gn 1:1; Is 42:5; At 17:24   Jo 1:1-3; Hb 1:2 e 10    Gn 1:2; Jó 33:4;
                                                                                                              Sl 104:30; Ez 37:9 e
                                                                                                                               14
6. Doador de vida:Gn 2:7                               Jo 14:6                          Jó 33:4; Ez 37:9 e 14

7. Recriador:         Is 65:17                             2 Co 5:17                      Jo 3:5 e 6

8. É Yaweh (O Eterno): Is 40:28                    Is 45:18 com Jo 1:1-3;  Sl 95:7 (começando
                                                                       Sl 102:22 e 25 com        com “Hoje, se ouvir-
                                                                                  Hb 1:10-12          des...) até v. 11.
                                                                                                              Compare com Hb 3:
                                                                                                              7-11, onde é dito que
                                                                                                              foi o Espírito Santo
                                                                                                              quem proferiu estas
                                                                                                               palavras.

9. Tem mente (são pessoas):  Rm 11:34             1 Co 2:16                 Rm 8:27

10. É Presciente                      Is 46:10                Jo 14:29                   At 1:16

Se Ele tem as qualidades de Deus o Pai e do Filho então o Espírito Santo não é uma energia e nem é um anjo criado e finito.

III – Vejamos 10 das características pessoais do Espírito Santo:

Fala: 2 Sm 23:2; At 13:2; 1 Tm 4:1
Ensina: Jo 14:26
Guia: Rm 8:14
Convence: Jo 16:8
Tem mente, perscruta: Rm 8:27; 1 Co 2:10 e 11
Testifica: Rm 8:16
Envia para o serviço: At 13:2
Intercede: Rm 8:26
Pode ser entristecido: Ef 4:30
Distribui dons: 1 Co 12:8 e 11.

Se Ele tem características pessoais, então, em lugar de um ser impessoal ou energia Ele é um ser pessoal como o Pai e o Filho.

26. È possível identificar, de forma explícita, sem confundir as pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo?
Sim, em dezenas de passagens . Tomemos um exemplo entre muitos da Bíblia retirado do evangelho de João. Nas perguntas que se seguem apresentaremos outras razões.
1) O Espírito Santo não é Jesus
a) “Rogarei ao Pai e ele vos dará OUTRO Consolador.” Jo. 14:16.
Se Jesus roga ao Pai para dar outro Consolador, então o Consolador, o Espírito Santo não é Jesus.

2) O Espírito Santo não é o Pai
a) “ele [o Pai] VOS DARÁ outro...” Jo. 14:16
b) “o Pai ENVIARÁ...” Jo. 14:26
c) “enviarei DA PARTE do Pai” Jo. 15:26
d) “que DELE [do Pai] PROCEDE...” Jo. 15:26
Se o Pai vai dar outro (como foi Ele quem deu o primeiro Consolador); se é Ele quem vai enviar, pois vem da parte dele e dele procede, então o Consolador também não é o Pai.

Jesus vai para o Pai, fica com o Pai, e o Espírito Santo vem enviado por ambos, após Jesus chegar no céu. (João 14:26, 15:26; 16:7, 8 e 10)

3) O Pai não ficou satisfeito em entregar Seu Filho (a segunda pessoa da Divindade) na cruz, Ele enviou a terceira Pessoa, o Espírito Santo para estar conosco para sempre. Jesus estava falando sério ao dizer que não nos deixaria sozinhos, Ele está conosco através de outro Consolador como Ele era Consolador, e o segundo Consolador é o Espírito Santo o qual vem do Pai que o envia. Portanto três pessoas separadas: o Pai; o Filho e o Espírito Santo.

27. Há outro episódio que demonstra o Espírito Santo como outra pessoa?
      Vários, citaremos mais um.
      1) O livro de Atos declara que o Espírito Santo existe individualmente (At 19:2) e opera (v.6). O verbo usado para “existir” (v. 2) é o verbo ser (gr. estin).
      2) A Bíblia deixa claro que o que aqueles discípulos não sabiam sobre Deus era a existência do Espírito Santo.
      3) Evidentemente não tinham dúvidas sobre a existência de Deus o Pai; o Messias e os anjos, que faziam parte da tradição teológica judaica e com a qual os primeiros cristãos estavam familiarizados mas, como disseram, “nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo.” O Espírito era, para eles, um novo personagem que, como já vimos e  veremos adiante um pouco mais, a Bíblia confere atributos (qualidades inerentes) e prerrogativas (direitos) que só pertencem a Deus e, assim, não se pode chegar a outra conclusão a não ser sua divindade na Trindade.

28. A doutrina da Trindade se baseia no texto interpolado de I João 5:7-8?
     De forma alguma. 
     1) A Trindade é negada por alguns desinformados alegando-se a fragilidade do texto de 1Jo 5:7-8, cuja porção interpolada, como encontrada na Vulgata antiga, só possui registro em manuscritos a partir do século XVI.
     2) Como apresentado até aqui, a revelação bíblica deixa claro, de muitas formas diretas e indiretas o tema da Trindade, o qual tem como base muitas outras citações, o que torna o texto de I João virtualmente desnecessário para a fundamentação da doutrina.

29. Que outras passagens poderiam demonstrar essas três pessoas da Trindade?
      1) Há três pessoas simultâneas e distintas no batismo de Jesus; a voz do Pai, o Espírito vindo na forma de uma pomba e o Filho na forma humana sendo batizado (Mt 3:16).     
      2)Também são três os que estão presentes na fórmula batismal (Mt 28: 19) mencionados de maneira distinta, pessoal e igualitária.
      3) No texto de 1Co 13:13, por exemplo, como nos outros a seguir, a ordem dos nomes Pai, Filho e Espírito Santo não possui sentido hierárquico, mas todos estão envolvidos na concessão de comunhão, graça, amor, perdão e salvação que são, entre outras, dádivas oriundas exclusivamente da divindade.

30. Poderia apresentar algumas novas passagens que demonstram as três pessoas da Trindade?

     Claro. Note os quinze exemplos que se seguem, e não são todos, da individualidade e ação conjunta da divindade em três pessoas:
TABELA ONDE AS TRÊS PESSOAS SÃO MENCIONADAS NA BÍBLIA

Três: (Jo 14:16) “E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro [allos] Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.”
Três: “a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (v. 26).
Três: At 1:1-4: exercendo funções diferentes: as ações de Jesus (v. 1); a intermediação do Espírito Santo (v. 2) e a promessa do Pai (v. 4).
Três: (At 2:32, 33) Jesus ressuscitado (v. 32) a promessa do Pai e o Espírito Santo derramado (v.33).
Três: (At 2:38-39) O batismo em nome de Jesus (v. 38); o Dom do Espírito Santo (v. 38) e o chamado de Deus.
Três: (4:8-10) Pedro cheio do Espírito Santo (v. 8); Jesus crucificado e Deus que o ressuscitou (v. 10)
Três: (4:24-26) Deus, o soberano (v. 24); o Espírito Santo que falou pela boca de Davi  (v. 25) e o Ungido do Senhor (v. 26).
Três: (5:31-32) Deus que exaltou (v. 31); o Salvador (Jesus) e o Espírito Santo que é testemunha juntamente com os apóstolos (v. 32).
Três: (7:55-56) o Espírito Santo enchendo Estevão que vê Deus no Céu e Jesus à sua direita.
Três: (10:46-48) Deus é engrandecido por pessoas que receberam o Espírito Santo e foram batizados em nome de Jesus.
Três: (20:21-23) o arrependimento para com Deus e a fé em Jesus (v. 21) e o Espírito Santo que adverte das provações (v. 23).
Três: (Ef 1:13-17) selados com o Espírito da promessa o qual é penhor até ao resgate de Sua propriedade (v. 13); a fé no Senhor Jesus (v. 15) e Deus, o Pai da Glória (v. 17).
Três: (Tt 3:4-6) a benignidade de Deus (v. 4); o lavar renovador do Espírito Santo (v. 5) e a mediação de Jesus Cristo no verso 6.
Três: (Hb 10:12-15) Jesus que se ofereceu e está à destra de Deus (v. 12) e o Espírito Santo que também disso dá testemunho (v. 15).
Três: (1Co 2:10-12, 16) as coisas de Deus somente podem ser reveladas pelo Espírito. Esse Espírito vem  de Deus e só ele conhece as coisas de Deus e nós temos a mente de Cristo (v. 16). 
      Muitas outras passagens poderiam ser citadas para indicar a presença de três pessoas na ação de Deus como Trindade.


31. Então é um engano confundir o Espírito Santo com o Pai, o Filho ou mesmo com um anjo, seja ele Gabriel ou outro qualquer? O que dizem os escritos dos judeus sobre o assunto?
      Isso mesmo. Tem-se feito esforços para demonstrar que o Espírito Santo é um anjo, talvez o mais importante dentre os anjos.
      1) A idéia não é nova e já foi refutada no passado, mas persiste até hoje entre alguns.  No entanto, The Theological Dictionary of the New Testament, uma das maiores autoridades na questão do significado dos termos bíblicos gregos, após referenciar as fontes, conclui sobre o Espírito Santo nos escritos judaicos:
      A autonomia do Espírito no judaísmo é surpreendente. Nos escritos rabínicos o Espírito é mencionado freqüentemente possuindo categorias pessoais. Há muitos exemplos do Espírito falando, clamando, admoestando, entristecendo-se, chorando, regozijando-se, confortando, etc. De fato, o Espírito é mesmo mencionado falando com Deus. Por esta razão alguns têm pensado que o Espírito é considerado no judaísmo como uma hipóstase, um ser angélico. Mas isto é introduzir uma idéia que não é sustentável na visão judaica. O Espírito não é um ser angélico celestial.

        2) Ou seja, jamais, nem na Bíblia (como vimos e ainda veremos um pouco mais) e nem nos escritos rabínicos o Espírito é descrito como um ser angélico que apresenta-se perante Deus, salvo nas interpretações mais modernas da frase “sete espíritos que se acham diante do trono” (Ap 1:4). Esta passagem, entretanto, embora alvo de controvérsias, deve ser considerada no seu contexto do simbolismo especial do livro do Apocalipse, sem esquecer que a maioria dos comentaristas tem considerado a expressão uma referência à plenitude da obra do Espírito Santo. Sobre esses SETE ESPÍRITOS diante do trono leia a nota 33 abaixo.
      3) Era comum na literatura judaica antiga a função intercessória dum anjo, especialmente Miguel, como advogado. “Mas o Espírito Santo não é um anjo e nem é comparado com os anjos intercessores.”   Os que sustentaram tal idéia baseada na expressão “anjo do Espírito Santo” obtiveram pouca consistência com as raras referência da expressão.

Nos ditos do rabino Pinchas Chama (...) o Espírito Santo não é o maior dos anjos mas é diferenciado deles: “Antigamente você (Israel) se alegrou ao ser guiado pelo Espírito Santo, mas agora (depois do pecado do bezerro de ouro) você deve se contentar em ser guiado por um anjo”. O Espírito Santo representa a presença de Deus de uma forma muito diferente da dos anjos...

32. Já foi demonstrada a divindade do Espírito Santo. Mas só para esclarecer melhor, há evidências e passagens na Bíblia que esclarecem a diferença entre anjos (Gabriel) e o Espírito Santo? 
Sim, vejamos vinte razões, entre outras, para se destacar a diferença entre os anjos e o Espírito Santo:
1) No AT ou no NT nunca se usa a referência a anjos de Deus “entrando” em alguém ou ali morando, atividade reservada exclusivamente para um ser à parte, que pode fazer tal coisa sem destruir a individualidade humana. Fora o Espírito Santo e os membros da Trindade apenas os anjos maus, demônios, “apoderam-se” e “moram” em seres humanos, mas isso implica em violência à individualidade. Daí os anjos de Deus estarem ao nosso “redor” mas o Espírito vive “em” nós.
2) A separação entre anjos e o Espírito Santo é tão notável que “o Espírito de Deus é a força que está por trás dos querubins”. Ez. 1:12, 20. Assim, mesmo os querubins recebem do Espírito o poder para agir e a direção que devem seguir. Neste caso, como em outros, o Espírito não é confundido com os anjos, mas é diferenciado deles e os impele.
         3) É notável que o relato de Lucas (Lc 1:11-35) deixe bem claro a operação da Trindade na qual cada pessoa desempenha um papel diferente. O anjo Gabriel apenas anuncia o nascimento de Jesus, que seria, de forma especial, chamado Filho do Altíssimo e não de um anjo.
        4) O próprio anjo é categórico em anunciar que o Espírito Santo (outra pessoa) desceria. Se Gabriel fosse o Espírito anunciado, ele declararia “descerei” ou “desci” ou ainda: “estou descendo” sobre ti. Ao excluir-se, anunciando outro personagem, Gabriel demonstra, fora de dúvida, de que ele não é o Espírito Santo.
       5) Mesmo porque o “ente santo” seria chamado, particularmente, Filho do Altíssimo e não de um ser angelical. Esse pensamento, do Espírito Santo como o Gerador de Jesus, é apresentado de forma direta pelo texto de Mateus: “achou-se grávida pelo [gr. ek = por, procedência]  Espírito Santo” e  “por que o que nela foi gerado [Jesus] é [gr. estin = ser] do [gr. ek = por, procedência] Espírito Santo.” (1:18, 20 - grifos e chaves supridos).  A expressão gramaticalmente “denota autor ou causa eficiente”.
6) A hipótese de que Gabriel, qualquer anjo ou mesmo todos os anjos juntos, sejam o Espírito Santo resulta em conferir aos anjos a capacidade geradora da vida do próprio Jesus, que não é Filho de anjo ou anjos, mas do “Altíssimo”. Felizmente, tal idéia é negada pelo próprio Gabriel ao indicar outro Personagem, o Espírito Santo, o qual, ao operar o nascimento de Jesus lhe conferiria o status de “Filho do Altíssimo” (Lc 1:32).
7) A distinção entre os anjos e o Espírito Santo aparece também em At 7:48, 51-53. Nestas passagens alguns personagens distintos aparecem: o Altíssimo é mencionado no verso 48 como não habitando em casas feitas por mãos humanas; o Espírito Santo sendo resistido; o povo de Israel; os profetas; Jesus, que é o outro personagem simultâneo do relato e, finalmente, os anjos que mediaram a entrega da lei (At 7: 53) que, neste caso não é uma referência específica ao decálogo mas ao Pentateuco. Aqui também os anjos são distintos do Espírito Santo.
8) É claro que alguém poderia perguntar se a lei (as Escrituras) foi dada pelo Espírito Santo, que nesse caso seriam os anjos desta passagem. Isso não parece possível pois é dito ser Jesus também mediador das Escrituras antes da encarnação, e de ter estado nos profetas falando do Seu sofrimento (1Pe 1:10, 11) e apesar disso, Jesus não é um anjo comum como não o é a pessoa do Espírito Santo. Moisés também foi mediador para a outorga da lei (Jo 1:17) e, no entanto, os anjos referidos em Atos não devem ser identificados com Moisés e nem Moisés como o Espírito Santo. Logo, anjos e homens foram mediadores para a outorga da lei. Todos participaram do processo da maneira como Deus determinou. Por outro lado, seria normal esperar chamar-se o Espírito Santo no plural, “Espíritos Santos” se aquele fosse “os anjos”, mas isso não ocorre.  A Bíblia, todavia, prefere a designação Espírito Santo no singular embora use muitas vezes o plural para a palavra anjo.
9) Jeová também é chamado, diretamente, de anjo do Senhor e desenvolve todas as tarefas de um anjo criado e o próprio Cristo é identificado como o arcanjo Miguel. Não é preciso nenhum esforço para chegar a essa conclusão. Isso, contudo, não faz de Deus e Cristo anjos no sentido comum. Assim também, os anjos não são o Espírito Santo e nem este é um anjo ou anjos. Mas Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo partilham com Suas criaturas, anjos e homens, muitas tarefas no plano da redenção de almas.
10) O relato de At 8:26-39 também tem sido interpretado buscando-se a identificação de pessoas entre o Espírito Santo e os anjos. A Bíblia, porém, enfatiza a participação de vários personagens na conversão do etíope e apresenta dois relatos seguidos: a) a parte do anjo e b) a parte do Espírito Santo, basta ler sem preconceito. A Bíblia mesma identifica Felipe, O Espírito Santo e “um” anjo (8:26) conforme o relato no original e bem colocado pela tradução de Almeida Atualizada.
11) Embora os anjos bons sejam “espíritos ministradores” é usual na Bíblia serem chamados pela denominação de “anjos” e não de “espírito”. Dessa forma, o texto de Atos 8:26-39 introduz mais um agente, distinto do Espírito Santo, para corroborar com a salvação de almas. Os anjos são espíritos e não são Deus embora Deus seja espírito, assim também o Consolador é espírito mas não é anjo.
12) Não se deve esquecer que os salvos são, em certo contexto, chamados de “espíritos” (Hb 12:23) e os próprios anjos, do outro lado, são chamados em algumas aparições de “varões” (gr. Andres, Lc 24:4) ou “homens de Deus”. Seria desrespeitar os contextos e dizer que os homens são espíritos e daí anjos celestiais também, pois de anjos são chamados. Ou que os anjos, na verdade, são homens de carne e osso pois são chamados “homens”. Assim, embora a nomenclatura se assemelhe nos casos mencionados, é preciso lembrar que os personagens são diferentes tanto no contexto imediato das passagens como no contexto mais amplo da Bíblia. E, no trecho em questão, a coerência exige que um só termo, ou “anjo” ou “Espírito” seja usado em todo o relato de At 8:26-39 para se entender apenas um personagem. No entanto, dois nomes diferentes foram usados para identificar personagens diferentes numa ação conjunta. O anjo aproximou-se de Felipe e lhe falou onde ir, mas foi o Espírito Santo quem o orientou a acompanhar o carro e arrebatou a Felipe após o batismo (v. 39).
13) Declara-se do Espírito Santo que ele habita com e nos crentes para sempre, como já vimos em Jo 14:16, 17 e que o nosso corpo é seu templo individual (1Co 6:19). Isso requer onipresença, para viver em cada crente simultaneamente, sempre, até que Jesus volte. Tal poder nem Gabriel e nem todos os anjos juntos possuem. Aliás, a Bíblia não informa que os anjos de Deus moram dentro dos homens. Eles, embora residam no céu, “acampam” ao “redor” dos que temem a Deus e os livram (Sl 34:7).
14) Além disso não poderia a presença de um simples anjo ser mais “conveniente”   (gr. sumferei = vantajoso, lucrativo, Jo 16:7) do que a do próprio Jesus. Como não poderia um anjo ser igualado a Jesus quando ele disse que enviaria “outro” (gr. Allos = outro igual) Consolador. O texto fala de alguém “igual” a Jesus, o Espírito Santo, que viria para substituí-lo.
15) Retornando à declaração bíblica de que o nosso corpo (individualmente) é “templo” (gr. naós) do Espírito Santo (I Co 6:19) e que “nós” (coletivamente como igreja) somos Seu “templo” (gr. naós).  É importante notar que a palavra usada para templo em ambos os casos não é a palavra grega hieron que se referia a todo o complexo do templo. Embora às vezes usadas como sinônimos, naós (1Co 3:16; 6:19) é a palavra preferida para referir-se ao lugar santíssimo do templo de Israel, o lugar da presença de Deus. Essa palavra, mesmo entre os pagãos, referia-se ao lugar onde se localizava pessoalmente a divindade. A palavra “habitar” (gr. oikei) significa  “residência fixa”, “permanência”. Conforme declara Leon Morris:

Evidentemente [Paulo] via o Espírito como divino no sentido mais completo. O “templo” ou santuário é o lugar onde Deus habita. Essa é sua característica distintiva. Mas o ser que habita neste santuário é o Espírito.

       Obviamente não teria sentido um santuário para anjos, o que seria idolatria. Anjos e homens podem estar no santuário mas não têm santuário para eles. Mais absurdo ainda é um santuário para uma energia impessoal, o que lembra a “adoração” do caos pagão ou do acaso materialista. De qualquer forma a palavra para o santuário de Deus referido em 1Co 3:16 é a mesma do capítulo 6:19, referindo-se a um lugar onde uma divindade está e é adorada e, especificamente ao “santo dos santos” do santuário israelita onde a presença de Deus se manifestava. Ou seja, o Espírito Santo que não pode ser confundido com o próprio Deus Pai, pois vem “da parte de Deus” (6:19), é apresentado como Alguém que têm em nós um santuário, lugar de adoração, prerrogativa exclusiva da divindade e, portanto, não pode ser anjo criado.
16) A Bíblia também diz que Jesus é superior aos anjos (Hb 1:1-14) e que estes são servos dos salvos e seus conservos perante Deus (Ap 22:9). Por isso o Consolador, igual a Cristo, não é um anjo criado. Os anjos operam em harmonia com o Espírito Santo: intercedem, ensinam, iluminam, repreendem e muitas outras coisas, mas são diferentes, distintos do Espírito Santo, como a igreja que é diferente e distinta, embora desenvolvendo muito da mesma missão e tarefas.
17) Na Epístola aos Hebreus é feita a referência, no capítulo 1:14, aos espíritos ministradores que são os anjos. A seguir, é dito aos cristãos de origem judaica, que se orgulhavam de terem recebido grande número de intervenções angelicais nas suas Escrituras, que o ministério dos anjos é inferior ao ministério de Jesus e do Espírito Santo (2:1-4):

... se ficou firme a palavra falada por meio de anjos (...) como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação? A qual,  tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo sua vontade.

     Nos versos acima mencionados percebemos um contraste feito pelo autor de Hebreus entre a participação dos anjos no AT (exaltada pelos judeus) e a revelação de Jesus Cristo que foi maior do que a dos anjos por duas razões básicas mencionadas no texto: 1) O anúncio do próprio Senhor confirmado pelos que ouviram, e 2) Deus operando milagres e concedendo o Espírito Santo como não havia ainda feito antes. Ora, é sabido que, apesar de  grandes milagres terem ocorrido no passado, somente com o cumprimento de Joel 2:28 em Atos 2, se manifestou a grande diferença entre o ministério no AT e no NT, isto é, com a vinda do Senhor e o derramamento do Espírito Santo.
     Essa é que é a “grande salvação” superior e diferente em poder e significado à ministração dos anjos do AT. Hebreus, em outras palavras, declara: eles no passado tiveram anjos mas nós temos algo superior: o Espírito prometido. Eles tiveram Moisés, nós temos Jesus, o Filho de Deus. Ou seja, a Trindade está mais manifestada na obra da salvação agora, através do Pai, do Filho e do Espírito Santo do que no passado.
18) Ainda, acerca do plano da salvação, é importante lembrar que os anjos não sabem tudo sobre a redenção que o Espírito Santo anuncia (1Pe 1:12) então, estes não são o Espírito Santo, o Consolador que tudo sabe. O Espírito, porém, em Sua própria “mente” (gr. frónema = mente, intelecto, Rm 8:27) sabe todas as coisas de Deus (I Co 2:10-12) e Ele não pode ser confundido com o Pai, pois aqui, como em outras partes da Bíblia, é dito que Ele “vem” de Deus (gr. ek = procede, v. 12) e Deus se revela “através” (gr. diá = através, por meio, v. 10) dele. São seres diferentes, portanto.
19) Vale lembrar que a Bíblia diz que Deus é eterno e suas dádivas são eternas, mas evita chamar os anjos e os homens de “eternos” embora estes últimos receberão vida eterna.
Entretanto, para mostrar a superioridade do sacrifício de Cristo, em oposição ao “transitório” sistema judaico mediado pelos anjos, o autor de Hebreus (Hb 9:13, 14) chama ao Espírito de “eterno” (gr. aioniou). Aqui, “eterno” é uma qualidade do Espírito para mostrar a superioridade do sacrifício de Jesus com resultados sem fim, eternos. Sacrifício este que não é passageiro como os sacrifícios cerimoniais que deveriam cessar, não apenas nos efeitos, pois deveriam, neste caso, ser repetidos a cada ano (9:7) como também cessariam no “tempo oportuno da reforma” quando o verdadeiro sacrifício que é Jesus viesse (9:10). Portanto, neste verso de Hebreus 9:14, “eterno” tem sentido pleno de eternidade e confere esta qualidade ao sacrifício de Jesus mediante o Espírito.
20) No verso 14 aparecem as três pessoas da Trindade: 1) o sangue de Cristo, o qual oferece a si mesmo; 2) “pelo” (gr. diá = através, por meio do) Espírito eterno; 3) a Deus. É improvável que um anjo finito e imperfeito possa ser chamado de eterno no sentido absoluto e ser mediador do sacrifício de Jesus diante de Deus. Jesus que, diz a Escritura, é mais “alto do que o céu” e é “perfeito” (Hb 7: 26-28). Assim o Espírito Santo (Hb 9:8) é diferente dos anjos porque o Espírito é, pessoalmente, eterno (Hb 9:14) como o Messias é eterno (Is 9:6).      
      Portanto o Espírito Santo não é um ou mais anjos sob o poder de Deus. Seu ministério é diferente e superior ao dos anjos, marcado pessoalmente pela onisciência e eternidade.

33. Mas porque dizem que o uso de símbolos demonstra que o Espírito Santo é uma força ou energia e assim nem exista como uma pessoa?
      Por causa do desconhecimento das Escrituras como veremos a seguir.
      1) O Espírito Santo nunca foi visto pessoalmente, salvo por meio de representações. Assim, Ele aparece na Bíblia como fogo, vento, chuva e pomba. Mas esses símbolos não tornam o Espírito Santo inexistente como pessoa como era o pensamento dos saduceus que não acreditavam nem em anjos e nem em espírito (At 23:8), ou certo grupo de crentes que nem sabia que existia o Espírito Santo (At 19:2), uma das razões do seu rebatismo (At 19:1-5).
      2) É importante lembrar que Deus o Pai, Jeová, também nunca foi visto por ninguém e é também representado na Bíblia como fogo, luz, chuva, orvalho, rocha, etc., sem que isso signifique que o Pai não exista ou seja apenas uma energia. Deus é espírito (gr. pneuma = vento), ninguém jamais o viu, e no entanto Ele existe e é pessoal. O mesmo ocorre com o Espírito Santo. O Consolador é espírito (gr. pneuma = vento), ninguém o viu, e no entanto ele existe e é pessoal, pois é descrito na Bíblia com as mesmas características pessoais que têm o Pai e o Filho.
      3) Jesus também, e mesmo os anjos bons ou maus são representados por símbolos diversos sem afetar Sua personalidade.
      4) Os símbolos usados para Deus, os anjos, Jesus e a igreja não devem confundir as pessoas que são identificadas pelos mesmos símbolos e nem anular as respectivas personalidades. A seguir, uma relação de alguns símbolos bíblicos:


Fogo
Anjos são fogo (Hb 1:7; Ez 1:13, 14)
Deus é fogo  (Hb 12:29)
Luz
Deus é luz (1Jo 1:5)
Jesus é Luz (Jo 1:4, 8, 9 e 8:12)
Anjo é luz (2Co 11:14)
Nós somos luzes (Mt 5:14)
Estrêla
Jesus é estrela (Ap 22:16)
Anjos são estrelas (Ap 1:20)
Satanás é estrela (Is 14:13)
Nós somos estrelas (Dn 8:10; 12:3; Ob 4)
Chuva
Deus (Jeová) é chuva, orvalho (Os 6:3)
O rei Messias é como a chuva (Sl 72:6)
Espírito, vento
O Consolador é espírito (gr. pneuma = vento Jo 16:26)
Deus é espírito (gr. pneuma = vento Jo 4:24)
Os anjos são espírito (gr. pneuma = vento Hb 1:7)

      
       5) De Jesus é dito que os crentes são “revestidos” dele (Gl 3:27) sem implicar que seja uma roupa, uma coisa.
       6) O uso de símbolos tem alcance limitado e não permite misturar anjos com o Pai, o Espírito Santo, Jesus, crentes, ou despersonalizar arbitrariamente uns e outros. Os mesmos símbolos são usados em contextos diferentes, algumas vezes com significados diferentes e para pessoas diferentes.
      A palavra neutra pneuma (espírito, vento), e outras como demonstrado, são usadas para Deus, Jesus, os seres humanos salvos, anjos bons e maus sem comprometer a personalidade dos personagens.

34. A Bíblia explica a diferença entre o Espírito Santo e energia, poder de Deus?

      Sim. Apesar da confusão feita entre o Espírito Santo e uma energia, poder, força, etc., a Bíblia deixa bem clara a diferença entre Pneuma Hagios (O Espírito Santo) e dinamis (poder, milagre, sinais, força, etc.).
      1) Em Zc 4:6, por exemplo, na tradução grega da LXX, afirma-se que a obra de Deus não será feita por força (gr. dinamei megalou = grande força) nem por violência mas pelo meu Espírito (gr. pneuma). Isto é, o Espírito do Senhor dos Exércitos, conforme a Bíblia hebraica e a versão grega judaica, é diferente de poder, força, energia. Sua presença significa poder, mas Ele é um ser pessoal.
      2) Em At 1:6-8 especialmente verso 8 é esclarecido que o poder (dinamis) vem com o Espírito pois Ele é o portador do poder: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo” (v. 8). Note que nesse trecho, mais uma vez, aparecem três pessoas: o Senhor sendo inquirido pelos discípulos (v. 6); o Pai (v. 7) e o Espírito Santo que ao vir lhes daria poder. Uma passagem trinitária  a mais que demonstra que o Espírito Santo não é apenas um nome para uma energia impessoal, porém, um Ser pessoal e Divino.
      3) Em At 10:38  há outra passagem que dá ênfase na diferença entre a pessoa do Espírito Santo (pneumati hagio) e força, poder, energia (dinamei). Mais uma nova passagem trinitária que diz o seguinte:

Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. (grifo nosso).

      Nessa passagem percebe-se as três pessoas. Jesus é ungido com o Espírito Santo (pneuma hagio), uma alusão ao óleo da unção no AT,  “e” (kai = e, conjunção aditiva) com poder (dinamei). Isto é, além da presença do Espírito Santo, Jesus recebeu poder. Se o Espírito Santo fosse sinônimo de poder, como sendo a mesma coisa, não teria sentido dizer que Deus o ungiu com “poder e poder”. As palavras, o contexto e a gramática parecem deixar claro que não é correto dizer que o Espírito Santo é apenas outro nome para energia, poder.
       4) Várias outras passagens esclarecem mais o ponto em questão como 2Co 6:6, 7; que faz uma relação das características do ministério do apóstolo Paulo (v. 4). No verso 6 ele afirma que uma das características que recomendam o seu ministério é a presença do Espírito Santo (pneumati hagio) e no verso 7 ele apresenta outra característica apostólica: o poder de Deus (dinamei theou), portanto, diferentes.
      5) A passagem em 1Ts 1: 3-5 especialmente v. 5, também menciona as três pessoas da Trindade e ajuda a distinguir o Espírito Santo de poder, energia. Nessas passagens aparecem Deus Pai e Jesus (v. 3) e o Espírito Santo (v. 5). Neste último versículo se declara a distinção entre poder e o Espírito Santo com a expressão “em poder, no Espírito Santo”. Poder e Espírito Santo são dois, não o mesmo, separados por “e em” (gr. kai en).
      6) Já foi mencionado Hebreus 2:3-4 quando abordada a questão do ministério do Espírito ser superior ao dos anjos, mas seria importante destacar que a palavra milagre é a mesma palavra grega para poder (dinamis). Assim, Deus manifestou seu poder e (kai = e, aditiva) concedeu seu Espírito Santo.
      7) Hebreus 6:4-6 também dá ênfase semelhante. O cristão se torna, pela conversão, participantes (metókous = participantes, parceiros, companheiros) no Espírito Santo (pneumatos hagiou) conforme o verso 4. Já no verso 5 é dito que provamos a “boa palavra e (kai = e, aditiva) os poderes (dinameis) do mundo vindouro”. Há uma forma diferente, segundo esta passagem,  de se relacionar com o poder “provando-o” (geusoménos = como alimento, percepção, experiência) e com o Espírito sendo “parceiro” (metókous geneténtas = tornar-se participante) como sócio, amigo.
      8) Finalmente, veja-se I Pedro 1: 2, onde as três pessoas também aparecem com ações pessoais e distintas. A presciência de Deus; a santificação do Espírito e a aspersão do sangue de Jesus. O texto lido até o verso 5 mostra neste último versículo que o poder (dinamei) é uma ação de Deus, como outros dons, para guardar o crente na fé e distinto do Espírito Santo. A expressão “poder de Deus” não significa que Deus seja impessoal, como também a frase “poder do Espírito” relacionada ao Espírito Santo não quer negar Sua personalidade.
      9) Portanto, não há razão para confundir o Espírito Santo, o Consolador, com uma energia impessoal. Os panteístas fazem o mesmo com Deus, o Pai, usando muitos argumentos semelhantes aos que são usados pelos que tentam tornar o Espírito Santo uma mera força energética. Embora buscando expressões bíblicas, para provar o contrário, o texto bíblico  deixa evidente que tanto o Pai como o Espírito Santo são pessoas.

35. Qual a razão, então, para usar pronomes neutros para o Espírito Santo?

      Os pronomes neutros, a depender do contexto também são usados para Deus e Jesus sem comprometer a personalidade de ambos, e pronomes pessoais são usados para o Espírito Santo, ao Jesus referir-se a ele de forma direta como seu substituto.
1) Jesus disse que Deus “é” (gr estin) espírito, vento (gr. pneuma, Jo 4:24), sem que isso indique um ser impessoal. Os anjos são espíritos, ventos (pneuma) e são seres pessoais. Assim o termo neutro refere-se a pessoas como o Pai, o Espírito Santo, anjos e mesmo aos salvos, como já vimos.
2) O Pai é tratado em João 4:22 com pronome neutro (gr. Ho = o qual ), referindo-se a Ele como o “objeto de adoração” dos verdadeiro adoradores independente do lugar.
3) Jesus em Mt 12:6 refere-se a si mesmo com um vocábulo neutro como “algo maior” do que o Templo (gr. Meizon = maior).
4) Novamente em Mateus 12: 41-42, Jesus está usando a forma neutra para demonstrar-se superior  (gr. Pleion = maior), em Seu ministério e natureza messiânica, a Jonas e Salomão. Assim, o uso de neutros não invalida a personalidade de Jesus e do Pai como não invalida, também, a do Espírito Santo.

36. A Bíblia usa pronomes pessoais para o Espírito Santo assim como usa para Jesus e o Pai?
      Sim. Assim como o Pai e o Filho são tratados com pronomes pessoais, o Espírito Santo também o é:
Como em Jo 14:26 (gr. ekeinos = masculino, ele, o qual); 15:26 (gr. ekeinos); 16:7, 8, 13, 14 (gr. autón, ekeinos).
Além disso, em várias passagens o Espírito é tratado de forma pessoal usando o masculino para identificá-lo e desempenha atividades pessoais sobre as pessoas e a igreja conforme as passagens abaixo indicam.
Essas referências em João 14, 15 e 16 são importantes, especialmente pelo fato de serem o registro do discurso de apresentação do ministério do Espírito Santo junto aos discípulos e à igreja de Deus. Segundo Jesus, esse novo Consolador seria igual a Ele, faria um trabalho maior, seria mais vantajoso, conforme João 16:7 (gr. sumferei = vantajoso, lucrativo) para a igreja; ensinaria, lembraria a verdade à igreja e convenceria o mundo do pecado, da justiça e do juízo e, finalmente,  é apresentado como “Ele” e não uma coisa energética impessoal.
Por outro lado, poderia uma “coisa” ou “força” impessoal substituir Jesus em pé de igualdade (gr. allos = outro igual, Jo 14:16) e ser conveniente e vantajoso (gr. sumferei = vantajoso, lucrativo) para nós? (Jo 16:7, 8 e 13).
Se o Espírito Santo é “outro igual”, então a atitude da igreja em relação a ele deve ser igual à que esta demonstrava em relação ao primeiro Consolador, Jesus. É lógico concluir, pois, que, uma  “coisa” não pode substituir, nem em essência, e nem em função a pessoa do Senhor Jesus. Assim, o Espírito Santo é um pessoa, e os vocábulos neutros usados, decorrentes dos símbolos, também neutros, apenas “representam” o Espírito Santo. O mesmo ocorre também com o Pai e Jesus quando representados em contextos que exigem figuras ou comparações neutras.
É o Espírito Santo que distribui os dons conforme quer (1Co 12:11, gr. bouletai = desejo, vontade) e que nomeia os bispos, dirigentes da obra de Deus (At 20:28) e que diz à igreja: “Separai-me [gr. moi = para mim], agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13:2). Como vimos esse ser, entre outras ações pessoais, exerce desejo, nomeia os dirigentes da igreja para servi-lo e os chama por nome para missão específica. Ora, Ele é, como já vimos, diferente do Pai, do Filho e dos anjos. É portanto uma pessoa distinta e também não é uma “energia” impessoal.

37. O livro de Atos apresenta outra fórmula batismal em nome de Jesus diferente de Mateus ou há outra razão para isso?
       Não é outra fórmula pelas seguintes razões:
        1) De acordo com o TDNT, V, 274-278, o batismo judaico que foi praticado por João Batista era feito para arrependimento dos pecado “no Nome” (ou seja no nome de Jeová). Os judeus não estranharam o ritual praticado por João Batista, apenas queriam saber “com que autoridade” ele batizava. João reportou para a fórmula judaica: “Aquele”. Os judeus já batizavam, mas em respeito ao nome de Deus, o qual evitavam pronunciar, referiam no batismo ao Nome de Jeová. Os primeiros discípulos foram batizados “no Nome” (Lo Shem). Mas seu batismo não incluía a revelação do Messias, Cristo Jesus, daí os que foram batizados no batismo judaico ministrado por João deveriam completar sua confissão de fé através de um batismo ou confissão complementar através do qual davam testemunho de terem aceitado a Jesus como Salvador. (conf. Rom 10:9 e I Cor. 12:3).
      2) Assim não era uma fórmula nova, mas apenas um complemento necessário na confissão de judeus e prosélitos e demonstrava que a igreja ainda não chegara à uniformidade doutrinária em alguns pontos como o batismo, as carnes sacrificadas aos ídolos e sufocadas e o conhecimento da existência do Espírito e o batismo no Espírito Santo, justificação pela fé, etc. Note que apenas judeus e prosélitos é que foram batizados ou rebatizados em nome de Jesus. Esse complemento não foi usado para gentios pagãos.
     3) Para ser uma fórmula de batismo e ser seguida sem distorções, seria necessário que os termos ou as palavras da fórmula fossem os mesmos, mas isso não acontece. A Bíblia apenas diz que os que já foram batizados por João deveriam, agora, aceitar a Jesus.
Perceba a diferença do enunciado: a) Atos 2:38 e 10:48 “no nome de Cristo” e b) Atos 8:16 e 19:5 “em nome do Senhor Jesus”. Se fosse tomada como fórmula seriam mais duas diferentes.
      4) O significado de “em nome de” (ónoma) é “revelação” e “pessoa”, “em consideração a” (conforme TDNT) isto é, agora os judeus e os prosélitos, deviam incluir a pessoa e a revelação de Jesus em sua experiência cristã invocando o nome de Jesus (pessoa e revelação) Atos 15:17. Não na autoridade mas na revelação de Jesus. Atos 2:36.
     5) Tratava-se também de uma profecia de que o nome do Messias deveria ser incluído na experiência dos judeus e dos que já invocavam o seu nome (prosélitos). Atos 15:16 e 17 (veja o caso de Paulo em Atos 22:16)
    6) Já em Mat. 28:19 a fórmula é universal “para todas as nações”  as quais necessitavam reconhecer o Pai, o Filho e o Espírito Santo e que ainda não professavam a verdade.
Desse modo a fórmula batismal de Mateus é a única completa e universal e o que se encontra em Atos era o testemunho necessário para a casa de Davi que, tendo caído, devia ser levantada pela aceitação do Messias, Jesus Cristo.
   7) Alguns tentam dar a impressão de que a fórmula batismal de Mateus é a sustentação para a doutrina da Trindade. Mas a passagem de Mateus 28:19 é autêntica conforme os manuscritos antigos da Bíblia, mas alguns não querem aceitá-la devido a mencionar a Trindade, porém, a Divindade é apresentada em outras passagens da Bíblia em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo o que combina com a fórmula batismal de Mateus. O nome de Jesus em Atos é um complemento até que toda a igreja fosse uniformizada doutrinariamente tendo a Jesus reconhecido como o Messias e Cristo, Senhor de judeus e gentios.

Conclusão

Como vimos, os temas sobre a Trindade e o Espírito Santo têm sido alvo de controvérsias, em parte devido às posturas racionalistas de origem grega e resistência aos textos que deixam clara a personalidade e divindade do Espírito Santo e, conseqüentemente, a Trindade.
Tais resistências produziram tentativas de identificação do Espírito Santo como um anjo, energia ou de confundi-lo com o Pai ou com o Filho.
A falta de base bíblica e a exposição grandemente baseada na imaginação têm resultado na rejeição dessas idéias  por parte da igreja, permanecendo vivas, lamentavelmente, em grupos que se autorizam a fazer alterações no texto bíblico ou entre aqueles que se contentam com uma abordagem unilateral do assunto.
As declarações da Bíblia não deixam dúvidas de que há uma pluralidade divina que se apresenta em três pessoas independentemente das contrafações pagãs e filosóficas e que o Espírito Santo é um ser pessoal que é tratado e age como tal nos relatos da Escritura.
Podemos exclamar com reverência e alegria, diante de Deus que enviou seu Filho ao mundo, e deu-nos o Espírito como o penhor dessa grande salvação:

Glória seja ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo; assim como era no princípio, seja agora, e sempre, sem fim, amém.

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Co 16:16).
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